A histórica 22ª Conferência Nacional dos Bancários, a primeira realizada por videoconferência, foi encerrada na noite de sábado (18), após uma série de debates que culminou com a aprovação da minuta de reivindicações e do plano de lutas da categoria.
“Tivemos muito trabalho para realizar esta conferência totalmente virtual. Foi uma experiência diferente, de muito aprendizado. Conseguimos realizar uma excelente conferência, com debatedores que acrescentaram muito na leitura da conjuntura, assim como para elaborarmos e aprovarmos nossa minuta de reivindicações, que agora devem ser aprovadas em assembleias a serem realizadas pelos sindicatos da categoria em todo o país nesta segunda e terça-feira (20 e 21/7)”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.
Após a aprovação pelas assembleias, a minuta será apresentada à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na quinta-feira (23), às 14h30.
O presidente do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), José Pinheiro, disse que a campanha em Rondônia foi iniciada ainda no Congresso Estadual (Coban), realizado no dia 4 de julho, quando foi definida a pauta regional que, por sua vez, foi levada à Conferência Nacional.
“A 22ª Conferência Nacional, encerrada no último sábado, apesar da pandemia, foi histórica, contou com mais de 85% de participação e alcançou seus objetivos. Agora, com a pauta nacional definida, vamos realizar a nossa assembleia virtual local nesta segunda e terça-feira, 20 e 21 de julho, e contamos com a participação maciça dos bancários, para fazer a votação da pauta e, aprovada, já iniciar as negociações com os representantes dos bancos, também de forma virtual. Este ano estamos numa campanha atípica, mas estamos confiantes no objetivo de assegurar nossos direitos já conquistados e obter mais conquistas”, avaliou o presidente do SEEB-RO.
Home office
A 22ª Conferência também aprovou a inclusão na minuta de uma cláusula para regular o trabalho home office, que não pode ser imposto pelo banco, para estabelecer, entre outras coisas, que os custos do teletrabalho sejam arcados pelos empregadores, assim como o fornecimento para os equipamentos de trabalho e ergonômicos. A cláusula também proíbe que sejam retirados direitos dos trabalhadores que cumprirem suas funções em suas casas, à exceção do vale-transporte/combustível, que deve ser fornecido com valor proporcional aos dias de comparecimento do trabalhador no banco, definindo que estes tenham de realizar suas atividades no próprio local de trabalho, pelo menos, uma vez por semana.
Metas abusivas
A Conferência também aprovou uma proposta para que seja feita uma atualização da cláusula que trata sobre a estabelecimento e a cobrança as metas pelos bancos.
Uma vez que um dos eixos da campanha será a luta pela saúde e melhores condições de trabalho para a categoria.
Outros eixos
A campanha terá como prioridade a manutenção dos empregos e dos direitos, a defesa dos bancos públicos e o reajuste do valor da Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR) pelo mesmo índice da campanha.
Demais cláusulas
As demais cláusulas hoje presentes na CCT foram mantidas na minuta de reivindicações.
Moções
Os delegados também aprovaram cinco moções. Uma em solidariedade às famílias das vítimas do Covid-19; uma contra o racismo estrutural e pelo fim da violência policial; uma de repúdio ao Banco Santander; e uma de apoio ao meio ambiente, aos povos indígenas e aos quilombolas.
SEEB-RO com informações da Contraf-CUT