Mais um bancário de Rondônia faleceu nesta terça-feira (29/6) vítima da covid-19. Dessa vez um funcionário da agência do Bradesco no município de Espigão do Oeste, casado e pais de dois filhos. A partida de Marcos Albarez da Silva, assim como os demais bancários já mortos pelo novo coronavírus, despedaçou sonhos, deixou uma família arrasada e muitos amigos e colegas de trabalho tristes e inconformados. No entanto, também causou mais indignação na categoria bancária pois o jovem bancário tinha apenas 39 anos de vida, e mesmo assim perdeu a luta contra a doença.
Com ele, agora já são cinco os bancários do Bradesco em Rondônia que faleceram pela covid-19 desde março de 2020, início da pandemia. O banco lidera o ranking de mortes no ramo financeiro rondoniense, seguido pela Caixa (três óbitos), Banco do Brasil e Banco da Amazônia (com dois óbitos cada).
Para o Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), os trabalhadores de bancos e cooperativas de crédito, apesar de não terem parado, em nenhum momento, no atendimento ao público, continuam largados à própria sorte por parte dos governantes e autoridades políticas locais.
“Desde o ano passado estamos numa luta incessante pela inclusão dos bancários e cooperativários nos grupos prioritários no Plano Nacional de Imunizações (PNI) e nas campanhas estaduais e municipais de vacinação. Neste ínterim fizemos campanhas, atos públicos, manifestações, reuniões com autoridades e políticos e até carreata, e chegamos a conseguir o apoio (verbal) de algumas poucas autoridades políticas e de saúde estaduais e municipais, mas nada saiu do papel até o momento, sendo apenas palavras jogadas ao vento para tranquilizar uma categoria que está agonizando desde o início da pandemia”, destaca José Toscano, presidente em exercício do SEEB-RO.
“Os bancários e cooperativários, apesar de entenderem que há, muitas vezes, a falta das doses do imunizante (por conta do descaso dos governos federal e estadual com a pandemia) e essa precarização atinge a todos, estão desesperados, pedindo socorro pois não dá mais para suportar tantas vidas perdidas nessas categorias que já deveriam estar sendo vacinadas há muito tempo, pois são consideradas essenciais nesta crise. E se somos essenciais para colocar nossas vidas em risco, diariamente, para não deixar de atender a população, por que não somos prioritários para receber a vacina? Existem casos de agência que teve 100% do corpo funcional infectado pelo vírus. Alguns desses não sobreviveram e essa realidade tenebrosa está mais evidente e crescente a cada dia que passa nos locais de trabalho. O trabalhador já sai de casa com medo, com insegurança, pois não tem certeza se vai voltar do trabalho infectado e, consequentemente, morrer ou representar risco de morte para seus familiares, as pessoas que ama. Até quando vamos sofrer com essa agonia? O que estão esperando os prefeitos, o governador e os políticos para incluir esses trabalhadores nos grupos prioritários da vacinação? Quantas vidas mais deverão ser perdidas para convencer essas autoridades de que estamos diante de um cenário de incerteza, insegurança, dor e morte de pais e mães de famílias que não pararam nem um segundo nesta pandemia”, questiona o dirigente.