A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) de Porto Velho, mesmo depois que o Ministério da Saúde (MS) determinou a inclusão dos bancários nos grupos prioritários do Plano Nacional de Imunização (PNI) contra a covid-19, se negou a vacinar – como prioridade – os bancários e trabalhadores em cooperativas de crédito da capital.
Foi o que confirmou o ofício nº 3919/2021 do gabinete da Semusa, do dia 6 de agosto e assinado por Marilene Penatti, secretária adjunta, e que chegou ao Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO) na manhã desta quarta-feira, 11/8.
De acordo com a suplente da Semusa, a negativa aos trabalhadores do ramo financeiro de Porto Velho se dá por que nem os bancários e nem os cooperativários estão incluídos (não se sabe o motivo) no Plano Estratégico e Operacional na Vacinação Contra Covid-19 do Município de Porto Velho (4ª edição).
A secretária adjunta também usa, como justificativa da não inclusão destes profissionais na prioridade para a vacinação, o fato de que a faixa etária de pessoas que já podem receber a primeira dose da vacina já chegou aos 24 anos e logo atingirá idades menores.
ENTENDA
O informe técnico do Ministério da Saúde, publicado no dia 14 de julho, foi bem claro e direto, determinando a disponibilização de 20% do total de doses distribuídas (a cada estado) aos trabalhadores dos Correios e aos bancários que, no caso de Rondônia, também inclui os cooperativários. E o Sindicato enviou o ofício à Prefeitura de Porto Velho exigindo o cumprimento desta determinação no dia 19 de julho, ou seja, há quase um mês.
“Não foi um caso de desconhecimento dos fatos, pois este assunto foi amplamente divulgado por nós (Sindicato) e nos veículos de comunicação da cidade, em inúmeras matérias produzidas pelo Sindicato e enviadas para a imprensa de todo o Estado, como sempre fazemos. Estamos diante de um nítido caso de desobediência, de descumprimento de uma determinação feita pelo próprio Ministério da Saúde, que é o responsável pelo Plano Nacional de Imunização. Para nós não importa se a vacinação de Porto Velho está acelerada se comparada às demais capitais do país. O que nos importa é que cada dia que um trabalhador deixa de receber a vacina é um dia a mais que a vida dele está em risco”, enfatizou Ivone Colombo, presidenta do SEEB-RO.
“E ainda que a vacinação na capital já tenha atingido pessoas de 20 anos neste momento, a Semusa recebeu nosso pedido há quase um mês, quando a vacinação ainda era para pessoas acima de 32 anos, aproximadamente. Ou seja, muitos bancários e cooperativários abaixo daquela faixa etária, que já deveriam estar incluídos na prioridade, deixaram de receber a vacina nesse período. Quantos destes trabalhadores não poderiam ter morrido de covid-19, por conta do descaso das autoridades de saúde da capital? Não podemos admitir que a saúde e a vida desses trabalhadores corram risco só porque uma secretária, um agente público ou o próprio administrador do município prevaricou, o que por si só já é um crime”, concluiu a dirigente.