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Apesar da crise econômica e social, bancários terão reajuste salarial acima da inflação agora em setembro

A partir deste mês os bancários e bancárias brasileiros terão seus salários reajustados em 10,97%, que corresponde ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado dos últimos 12 meses (10,42%) divulgado nesta quinta-feira (9/9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mais os 0,5% de ganho real definido na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria em setembro do ano passado, em acordo bianual (2020/2021) firmado pelo Comando Nacional dos Bancários com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

Para a presidenta do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), apesar de não ser um índice que a categoria realmente merece, o fato de o acordo bianual assegurar um ganho real, num cenário de profunda crise econômica, política e social no país, deve ser destacado.

“O acordo firmado pelo Comando Nacional com a Faneban garantiu o reajuste salarial e abono de R$ 2 mil em 2020, o aumento real de 0,5% agora em 2021, além da manutenção dos direitos da Convenção Coletiva e dos acordos específicos dos bancos públicos. Foi um resultado positivo se considerarmos que estamos vivenciando uma realidade de pandemia, de crise econômica e desemprego nas alturas, tudo isso promovido por um governo que atua permanentemente para atacar direitos dos trabalhadores”, enfatiza Ivone.

Para 2021, o acordo garante a reposição do INPC acumulado no período (1º de setembro de 2020 a 31 de agosto de 2021) e aumento real de 0,5% para salários e demais verbas como vale-alimentação e vale-refeição, assim como para os valores fixos e tetos da PLR.

Segundo dados do Ministério do Trabalho compilados pelo DIEESE, até julho de 2021, apenas 17,5% dos reajustes foram acima do INPC, 32,2% iguais ao INPC e 50,3% abaixo do INPC.

Cálculo do reajuste dos bancários

O economista Gustavo Cavarzan, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), alerta que algumas pessoas podem achar que existe erro na porcentagem de reajuste. “O cálculo não é feito com a simples soma de 10,42% mais 0,5%. Existe uma fórmula de cálculo composto para se calcular o ganho real”, explicou.

Para se chegar ao índice de reajuste deve-se somar 10,42%+1 e 0,5%+1 e multiplicar os resultados, depois se subtrair 1 e se multiplicar por 100 para se se chegar à porcentagem. A fórmula é a seguinte: (1+10,42%) x (1+0,5%) -1.

Histórico de aumento

A categoria vem obtendo aumento real no decorrer da história. Desde 2004, o ganho real acumulado é de 21,94%. Considerando os pisos salariais o ganho real é ainda maior, chegando a 43,56% neste mesmo período. “Isso ocorre porque, em muitos anos, os pisos tiveram reajuste diferenciado, acima do reajuste geral dos salários”, explicou o economista do Dieese.

SEEB-RO, com informações da Contraf-CUT

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