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Santander lucra R$ 12,5 bi em nove meses

O banco Santander obteve lucro líquido gerencial de R$ 12,467 bilhões nos nove primeiros meses de 2021, crescimento de 29,4% em relação ao mesmo período de 2020 e de 4,1% no trimestre, e uma rentabilidade (retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado – ROE) de 22,4%, alta de 1,4 ponto percentual (p.p.) em doze meses. De julho a setembro deste ano, o lucro líquido do banco no país atingiu R$ 4.340 bilhões, 27,6% do lucro global, que foi de € 6.379 bilhões, alta de 87% em doze meses e 25% no trimestre.

“Com essa pandemia e um governo que não faz nada para alavancar a economia, o Brasil está em frangalhos. Mas, o Santander está forte e continua assuntando os funcionários com metas abusivas e cobranças absurdas”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, Mario Raia.

Extensão de horário e sobrecarga de trabalho

“Para se ter uma ideia, o Santander foi o primeiro a retomar o funcionamento das agências em horário normal. O resultado é a concentração de usuários de serviços bancários após às 14h no Santander, uma vez que os demais bancos encerram o expediente às 14h. Isso tem ocasionado filas enormes, com aglomerações de clientes e sobrecarga de trabalho aos funcionários. Tudo isso em plena pandemia”, observou o dirigente da Contraf-CUT.

O cliente paga a conta

Em um ano, o Santander fechou 139 agências e 35 postos de atendimento bancário (PAB’s), o que gera economia com a manutenção de sua estrutura. Mas, mesmo assim, a receita com prestação de serviços tem aumentado. Em 12 meses, a renda obtida com tarifas bancárias cresceu 7,9%, totalizando R$ 14,4 bilhões, o que é suficiente para que o banco cubra mais do que dobro de todas as despesas que tem com seus funcionários.

“O tamanho das filas mostra que não há quantidade suficiente de funcionários no atendimento. O cliente, que é quem paga a conta, é prejudicado. A receita com tarifas mostra que o banco poderia dobrar o número de pessoas para atender a demanda”, observou Mario Raia.

Em setembro de 2021, as receitas com tarifas seriam suficientes para pagar todas as despesas com os funcionários e ainda sobraria 113,14% do valor. E esta é uma arrecadação ínfima obtida pelo banco se comparada a que ele obtém com as demais transações financeiras.

Carteira de Crédito

Por exemplo, a Carteira de Crédito Ampliada do Santander no país, que teve alta de 13,1% em doze meses e de 3,2% no trimestre, atingiu R$ 526,5 bilhões (desconsiderando-se o efeito da variação cambial). As operações com pessoas físicas cresceram 21,3% em doze meses, chegando a R$ 200,2 bilhões, com crescimento em todas as linhas e impulsionadas, especialmente, pelo crédito imobiliário (+26,1%), por Leasing / Veículos (+25%) e por crédito pessoal / outros (+24,9%). Com a Carteira de Financiamento ao Consumo, originada fora da rede de agências, o banco somou R$ 63,3 bilhões, com alta de 9,1% em relação a setembro de 2020. Do total desta carteira, R$ 57,2 bilhões, ou 90,4%, referem-se aos financiamentos de veículos para pessoa física, apresentando aumento de 7,9% em doze meses. O crédito para pessoa jurídica cresceu 7,2% em doze meses, alcançando R$ 186,8 bilhões. O segmento de pequenas e médias empresas cresceu 17,3% no período e o de grandes empresas, 2,8%.

O Índice de Inadimplência Total superior a 90 dias, incluindo Pessoa Física e Pessoa Jurídica, ficou em 2,4%, com alta de 0,3 p.p. em comparação aos nove primeiros meses de 2020. Já as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) foram reduzidas em 15,3%, totalizando R$ 11,4 bilhões.

“Sabe aquela desculpa que os bancos dão para cobrar altas taxas de juros no país? Quando se vê que o índice de inadimplência é de apenas 2,4%, percebemos que é desculpa esfarrapada. Querem lucrar mais e mais, mesmo com o país em crise e os brasileiros passando fome”, criticou Mario Raia. “Para conseguir isso, exigem muito esforço de seus funcionários. Quem vê o bancário vestido de roupa social, todo arrumadinho, não sabe o que ele sofre para cumprir as metas que lhes são impostas e manter seu emprego”, concluiu.

Contraf-CUT

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