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Sindicato intensifica combate ao adoecimento mental e suicídio na categoria bancária

Setembro Amarelo, o mês dedicado à prevenção do suicídio, já passou, porém as doenças relacionadas às questões mentais decorrentes do trabalho bancário ainda assombram a classe bancária. O Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB/RO), nos dias 12, 13 e 14 de setembro, participou do 2º Seminário Sobre Sofrimento Mental e Suicídio, realizado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) de Campinas, em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). O evento foi realizado no formado híbrido com transmissão pelo Youtube.

O secretário de Saúde, Condições de Trabalho e Política Social, Edson Wilson Tavares, expôs que o conhecimento reunido ao longo dos três dias será utilizado, pelo Sindicato, no planejamento de estratégias de enfrentamento dos catalizadores causais dos transtornos mentais decorrentes do trabalho, objetivando, também, o levantamento do perfil de saúde dos trabalhadores bancários no estado de Rondônia.

“A realidade da saúde na classe bancária sempre foi algo inquietante. As LER/DORT (lesões por esforço repetitivo e os distúrbios osteomusculares) denunciavam o principal fator de afastamento do trabalho. Entretanto, as doenças relacionadas às questões mentais (exaustão, stress, crise, irritabilidade, cansaço, frustração, ansiedade, pressão, síndrome de burnout etc.), tem apresentado números crescentes entre os trabalhadores bancários de todo o país nos últimos anos. Em relação ao aumento dos indicadores de adoecimento do trabalhador bancário, os estudos divulgam que estes estão ancorados também nas condições ambientais do trabalho, isto é, numa rotina acelerada de pressão por metas, acúmulos de funções e à sobrecarga de trabalho presente diariamente. Posto isto, é importante reunir informações e conhecimento para que possamos elaborar estratégias que nos permitam fazer um mapa da saúde bancária no Estado e, consequentemente, intensificar ações preventivas e mitigadores do adoecimento mental na classe”, descreveu Edson.

Estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que analisou os dados da Previdência Social, apontou os bancos como responsáveis por 15% dos afastamentos por causas mentais entre setores de atividade econômica, nos anos de 2012 a 2017. A proporção aumenta para 16% se considerar os afastamentos por depressão. Enquanto nos demais setores a elevação de benefício por Transtorno Mental foi de 19,4% entre 2009 e 2013, no setor bancário chegou a 70,5%. Além disso, o estudo mostra que, de 1996 a 2005, ocorreu um suicídio a cada vinte dias entre os bancários. Em muitas situações nos próprios locais de trabalho.

“É imprescindível a compreensão do fenômeno, para que possamos estabelecer medidas protetivas para a saúde física e mental dos trabalhadores. Com a listagem dos afastamentos relacionados a problemas de saúde, o Sindicato, em cooperação institucional com o INSS, com o Ministério Público do Trabalho (MPT), CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) e outros atores sociais, poderá desenvolver ações protetivas de saúde do trabalhador bancário. De outro lado, a organização do nexo entre a doença e o trabalho possibilitará reivindicar dos bancos políticas efetivas de prevenção, monitoramento e controle da saúde dos bancários e, por conseguinte, o combate aos casos de assédio moral e sexual, e sobretudo das patologias impulsionadas no/pelo ambiente de trabalho. É necessário identificar, reconhecer e registrar situações de vulnerabilidade da saúde (física e mental) no mundo do trabalho bancário, para atuarmos com medidas preventivas, interventivas e promotoras da saúde, até porque a vida é a melhor escolha”, concluiu o dirigente.

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