A Caixa teve lucro líquido de R$ 3,2 bilhões no terceiro trimestre de 2022. No anúncio feito nesta quarta-feira (9/11), o banco teve um crescimento baixo, de 0,5%, comparado ao mesmo período do ano passado. Em relação ao segundo trimestre de 2022, o aumento foi de 75,9%.
“Por trás desse resultado vemos o grande esforço dos empregados da Caixa que trabalham para construir esse banco público. Foram os empregados que enfrentaram assédios moral e sexual dessa gestão e se desdobraram para atender os milhões de brasileiros que precisam da Caixa”, avaliou o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.
Houve um saldo de R$ 618,6 bilhões e participação de 65,7% no mercado de crédito imobiliário do país, o que demonstra a importância do banco público como agente operador do programa habitacional no país.
Segundo a Fundação João Pinheiro, o Brasil tinha um déficit habitacional de 5,876 milhões de moradias em 2019. O dado ainda não contempla os anos da pandemia. A Fenae continua na luta pelas políticas públicas de ampliação de moradias para as famílias mais pobres.
“Os altos juros do Casa Verde Amarela dificultam o acesso das pessoas de baixa renda ao programa, aumentando as chances de endividamento com os empréstimos”, afirmou Takemoto.
MAIS EMPREGADOS
O crescimento do número de empregados na Caixa se deve à pressão da Fenae, das entidades representativas e da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa). O banco teve um crescimento de 2.470 postos de trabalho em doze meses.
“A média de clientes por empregados mudou pouco. Com pouco mais de 150 milhões de clientes, cada empregado atende cerca de 1,7 mil correntistas e poupadores. E o resultado desses números é o esgotamento dos empregados, doenças relacionadas à saúde mental e a cobrança de metas desumanas que acabam por precarizar o atendimento à população”, avaliou Takemoto.
A cobrança por mais contratações foi pauta na Campanha Nacional 2022 e na mesa específica da Caixa. O banco se comprometeu em dar continuidade das fases do processo de contratação, previsto em edital, dos candidatos já convocados e com exames médicos aptos.
O estatal chegou a anunciar, em julho, a contratação de 500 empregados aprovados no concurso público de 2014. No entanto, o número não resolve o déficit de cerca de 17 mil trabalhadores.
CAIXA PRA ELAS
Lançado pelo governo federal, em agosto, durante as eleições presidenciais e após a revelação dos casos de assédio sexual na estatal, o programa Caixa Pra Elas teve 95,8 mil atendimentos em agências, com abertura de 100 mil contas para o público feminino e outras 19 mil contas PJ para mulheres.
“Nós da Fenae criticamos o uso político da Caixa, principalmente durante as eleições, e o programa Caixa Pra Elas foi mais um instrumento usado pelo governo, desestabilizar as eleições. O que vemos é a gestão do banco deixar de lado a principal premissa do banco público de apoiar políticas públicas e usar a Caixa para fins eleitorais”, afirmou o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.
Na reunião específica de negociação sobre trabalho, a CEE destacou que o programa não é novo, e oferece produtos e serviços já existentes no banco. o coordenador da Comissão, Cardoso, apresentou relatos de empregados que receberam uma comitiva com executivos do banco para a divulgação do Programa. No relato, ele disse que a visita parecia ter intenção política.
“Foi clara a intenção de utilizar a Caixa como instrumento político partidário por meio do Caixa Pra Elas. É um programa que não tem nada de novo e que utiliza serviços que o banco já oferece para a população. Os empregados merecem respeito e não admitimos o uso do banco que é de todos os brasileiros”, ressaltou Cardoso.
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