O Banco Itaú obteve um lucro líquido recorrente de R$ 28,363 bilhões em 2019, com crescimento de 10,2% em relação ao ano de 2018, segundo os destaques do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). De acordo com o banco, o crescimento da margem financeira com clientes, devido ao aumento das carteiras com pessoas físicas e micro, pequenas e médias empresas foram os principais destaques positivos. O retorno recorrente sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado (ROE) cresceu 1,8 p.p. em doze meses, ficando em 23,7%.
Jair Alves, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (COE) do Itaú, acredita que, com este lucro, o banco tem total condição de manter o nível de emprego, apostar mais nos funcionários, com cursos de capacitação e treinamentos para o desenvolvimento profissional. “A comissão irá cobrar do banco uma distribuição melhor dos programas de remuneração banco, como o Agir e Prad. Precisamos ampliar os públicos destes programas e discutir o pagamento proporcional do principal programa do banco, que é o Agir, pago no varejo (agencias). Com esse lucros, o Itaú pode alavancar o valor do PCR que é pago a todos os funcionários também”.
Mesmo com este bom desempenho, a holding fechou 5.110 postos de trabalho no ano, com 81.691 empregados no país ao final de 2019. No 2º trimestre, o banco lançou um Programa de Desligamento Voluntário (PDV) ao qual, segundo comunicado, atingiu 3,5 mil adesões, gerando uma despesa não recorrente de R$ 2,4 bilhões. Além do PDV, de acordo com o relatório do banco, a redução do quadro de colaboradores no Brasil deve-se, também, ao encerramento de agências físicas. Em doze meses, foram fechadas 372 agências físicas e foi aberta apenas uma agência digital, totalizando 3.158 e 196, respectivamente.
A Carteira de Crédito do banco apresentou crescimento de 10,9% em doze meses e 2,6% no trimestre, atingindo R$ 706,7 bilhões. As operações com pessoas físicas (PF) cresceram 13,5% em relação a dezembro de 2018, chegando a R$ 239,0 bilhões, com destaque para veículos (+19,3%), crédito pessoal (+18,2%) e cartão de crédito (+17,4%). As operações com pessoas jurídicas (PJ) no país somaram R$ 190,4 bilhões, com alta de 11,9% em doze meses. Veículos (+112,7%), Financiamento à importação/exportação (20,4%) e Capital de Giro (+15,7%) foram os destaques no segmento. A carteira de crédito para a América Latina apresentou pequena alta de 1,1% no período, totalizando R$ 153,7 bilhões. O Índice de Inadimplência superior a 90 dias, no país, subiu 0,1 p.p., ficando em 3,0%. Por sua vez, as despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) cresceram 64,8%, totalizando R$ 23,9 bilhões.
A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu 5,6% em doze meses, totalizando R$ 40,6 bilhões. As despesas de pessoal, por sua vez, subiram 12,6%, somando, aproximadamente, R$ 27 bilhões. Com isso, a cobertura destas pelas receitas secundárias do banco foi de 150,48% no período.
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