Bancários do Santander se reuniram ontem, terça-feira (14), por videoconferência, para debater sobre as condições de trabalho no banco em meio à pandemia do coronavírus e traçar os próximos passos para a luta em defesa dos direitos, do emprego, da saúde e da renda dos funcionários.
“Nosso Acordo Coletivo de Trabalho já foi assinado, mas existe ainda muita coisa a ser conquistada, tanto aquelas específicas do banco, quanto as que são negociadas na mesa com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos). Por isso, foi muito importante termos realizado este encontro”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, Mario Raia. “Também pudemos alinhar nossa atuação contra a cobrança de metas abusivas pelo banco e contra as demissões que estão ocorrendo quando aos bancários não conseguem cumprir estas metas”, completou.
“É fundamental que, em tempos de pandemia, os funcionários do Santander se unam para enfrentar este conglomerado que não dá a mínima para a vida humana, que só está interessado em lucro acima de tudo. A prova disso é a recente manobra que o banco apresentou para disfarçar a onda de demissões, que já alcança uma média de 20 demissões por dia no país. O Santander anunciou que vai adiantar o pagamento da regra básica da PLR de fevereiro de 2021 para setembro de 2020, ou seja, um nítido ‘morde e assopra’ para “mascarar” sua postura carrasca junto ao funcionalismo. Por isso entendemos que é cada vez mais importante a união dos trabalhadores, que os bancários do Santander se aproximem ainda mais do Sindicato, que é a única e mais forte ferramenta de luta em favor dos direitos trabalhistas e da dignidade dos bancários”, destacou Clemilson Farias, diretor financeiro do Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO) e funcionário do Santander.
“O sindicato no mundo digital”
Para o dirigente da Contraf-CUT, os sindicatos dos bancários são reconhecidos por sua constante presença nos locais de trabalho da categoria. “Este é o segredo do sucesso do movimento sindical bancário. E será mantido. Mas, neste momento de isolamento social, com grande parte dos funcionários trabalhando em home office, precisamos utilizar novas formas de comunicação e mobilização”, disse Mario. “Se não podemos marcar presença nos locais de trabalho, temos que fazer isso de outra forma. Por isso, usamos o encontro, também, para ampliarmos e aprimorarmos nossos conhecimentos de outras formas para nos comunicarmos com os bancários, onde quer que eles estejam”, explicou.
O consultor em comunicação, internet, redes sociais e TI, Ricardo Negrão, foi o responsável pelo momento de formação do encontro. Negrão falou sobre as mudanças necessárias para a atuação em rede.
“Essa experiência presencial não é mais possível e o método tradicional de distribuição de conteúdos não funciona mais. É aqui que entra a comunicação. E os sindicatos precisarão investir para que ela aconteça efetivamente e possa auxiliar na continuidade do relacionamento com as bases”, alertou o consultor.
“O bancário, assim como qualquer outra pessoa é impactado a todo momento por diferentes métodos e canais. Nós também precisamos pensar em como atingi-lo”, disse Negrão. “Mas, não basta pensar na distribuição do conteúdo. Antes precisamos definir objetivos e estratégias, com base em pesquisas. Escolher temas, linguagem, palavras-chave e quais canais serão utilizados. Somente depois disso vamos produzir e aí, todos temos que colocar a mão na massa para a mensagem chegar onde a gente quer que ela chegue”, completou.
Negrão também disse que, com a campanha em andamento é preciso monitoramento para saber se ela está atingindo o público definido e, se for o caso, realizar mudanças para melhorar seu desempenho.
RESOLUÇÕES
O encontro também definiu pautas a serem levadas para debate na 22ª Conferência Nacional dos Bancários, que será realizada na próxima sexta-feira (17) e sábado (18), também por videoconferência.
Contraf-CUT com edição do SEEB-RO