Aumento real de salários, manutenção dos direitos nos acordos, melhores condições de trabalho e defesa da saúde estão entre as prioridades de bancárias e bancários listadas na Consulta Nacional aos Bancários, que serviu de base para a definição da minuta de reivindicações a ser entregue nesta quinta-feira (23) à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). A consulta foi realizada com quase 30 mil trabalhadores.
Prioridades
Quando a pergunta feita a bancárias e bancários sobre qual a prioridade nas cláusulas econômicas, a resposta mais frequente foi o aumento real de salário, opinião de 71% dos entrevistados. Os consultados poderiam apontar duas prioridades. Em segundo lugar vem a garantia do Plano de Cargos e Salários (PCS), com 37,8%. O aumento da PLR (participação nos Lucros e Resultados) teve 30,6% das respostas, enquanto que o aumento do piso registrou 30,2%.
Quando se passa para as cláusulas sociais, a resposta mais frequente foi a manutenção dos direitos, com 79,7% das respostas. Defesa da saúde e melhores condições de trabalho vem em seguida, com 69,1%. Defesa do emprego obteve 21,7% e o combate ao assédio moral outros 8%. Igualdade de oportunidades registrou 6,4% das respostas e a reposição dos custos do teletrabalho outros 3,4%, enquanto a Previdência complementar teve 2,9%. A defesa dos bancos públicos, contra a privatização dessas instituições, é considerada muito importante para 78,9% dos entrevistados. Outros 13,8% consideram importante essa luta.
Saúde
A questão da defesa da saúde no trabalho apareceu em diferentes perguntas. Quando se questiona qual o impacto da cobrança excessiva pelo cumprimento das metas, mais da metade dos entrevistados respondeu que era o cansaço e a fadiga constante (54,1%). Os consultados poderiam apontar quantos impactos quisessem. Crise de ansiedade foi apontada por 51,6% das respostas, enquanto que a desmotivação com vontade de não ir trabalhar registrou 42,3% dos apontamentos. Dificuldade para dormir, mesmo em finais de semana foi o impacto apontado em 39,3% das respostas.
Também aparecem como consequências das metas abusivas o medo de “estourar” ou perder a cabeça (25,6%); crises constantes de dor de cabeça (24,2%); dores de estômago e gastrite (24,1%), além de dor ou formigamento em braços e mãos (23,9%). Também houve 22,9% das respostas que apontavam a preocupação permanente com o trabalho como impacto das metas abusivas. Foi registrada 21,7% de respostas para apontar como resultado da prática abusiva a vontade de chorar sem motivo aparente. Mais de um terço das respostas (35%) foi de que tiveram de recorrer a antidepressivos, ansiolíticos ou estimulantes para se medicarem.
Quase metade dos entrevistados (44,2%) disseram que não sabem se contraíram a Covid-19. Outros 51% afirmaram que não contraíram, enquanto que 3% disseram que contraíram o vírus e 1,8% que teriam contraído, embora não tivessem feito o teste.
Minuta
A entrega da minuta de reivindicações nesta quinta-feira (23) será entregue pelos membros do Comando Nacional dos Bancários para os representantes dos bancos na Comissão de Negociação da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). A reunião ocorrerá a partir das 14h30 e se dará através do sistema de videoconferência Zoom. A minuta foi aprovada na Conferência Nacional dos Bancários. O documento também foi aprovado em assembleias sindicais da categoria bancária em todo o Brasil.
Contraf-CUT