A Revista Exame publicou, no dia 22/1, informação incorreta sobre uma ata do Conselho de Administração do Banco do Brasil que defende o plano de reestruturação do banco, que prevê a demissão de 5 mil funcionários e o fechamento de centenas de agências, postos de atendimento e escritórios. A publicação informou, incorretamente, que a ata foi assinada por todos os membros do conselho e até citou a Conselheira de Administração Representante dos Funcionários do Banco do Brasil (Caref,) Débora Fonseca, representante dos funcionários, como assinante do documento.
Débora nega que tenha participado da reunião que aprovou a ata. Ela é frequentemente afastada de discussões do Conselho de Administração do BB, que alega “conflito de interesse” em sua participação. A representante dos funcionários discorda do seu afastamento de discussões fundamentais para o banco, como a reestruturação. Débora tem divulgado publicamente sua posição contrária ao plano de reestruturação, posição coerente como representante dos funcionários do banco.
Ela tem participado das manifestações contrárias ao plano desde sua divulgação, na semana passada. Na quinta-feira (21), por exemplo, foram realizadas manifestações em diversas agências e escritórios do Banco do Brasil de norte a sul do país. Um tuitaço contra a reestruturação, cravou a hashtag #MeuBBvalemais entre os 10 assuntos mais comentados no Twitter. A representante dos funcionários do BB informou que vai pedir esclarecimentos ao Conselho de Administração sobre as falsas informações divulgadas em nome do organismo.
“Repudiamos essa atitude da revista. É mais uma fake news produzida pela imprensa que apoia Paulo Guedes, o ministro que tem defendido a privatização do Banco do Brasil. É estranho como uma ata do Conselho de Administração saia tão rápido na mídia e no site do banco, tornando-se pública em uma velocidade inédita. Mais estranho ainda é constar o nome da representante dos funcionários do BB. Vale lembrar que quem coloca as restrições de participação da conselheira é o próprio banco”, afirmou o coordenador nacional da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.
Para o coordenador da CEBB, o banco deveria ser coerente com o que faz, ao impedir o acesso da conselheira nas reuniões e ser coerente também em uma ata que versa sobre uma reestruturação que nem sequer respeitou ritos oficiais da governança corporativa de uma empresa séria. “O banco cometeu um crime de responsabilidade enorme. Se é justo que o mercado reclame, também é justo que a conselheira questione”, disse Fukunaga.
Leia abaixo o manifesto de Débora Fonseca contra a falsa informação divulgada.
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