O economista Eduardo Araújo de Souza, presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília e funcionário do Banco do Brasil, em sua Análise de Conjuntura Nacional durante o 13º COBAN, em que fez uma breve explanação sobre a despolitização das Forças Armadas, a campanha contra os juros altos, a composição do atual governo (que conta com alianças de partidos até de direita), a jornada de trabalho de quatro dias e o trabalho remoto (home office), disse que os bancários precisam estar atentos ao modelo dos bancos de criar dispositivos de “reconhecimento” como indicador de desempenho.
“Impulsionar os funcionários a níveis mais altos de desempenho no trabalho” e buscar o engajamento de forma que os funcionários se identifiquem e se sintam reconhecidos”. O jogo utiliza a premiação para classificar os funcionários em categorias como diamante, barras de ouro e moeda de ouro. Estabelece critérios para premiação de exclusão daqueles que não alcançam o mínimo. Isso acontece no Banco do Brasil atualmente, com o #JogaJuntoBB, mas sabemos que acontece em todos os bancos”, explica o dirigente.
“O caráter ‘lúdico’ da competição produz a falácia de que naquela organização somos todos uma família. A organização passa a funcionar como um “jardim de infância”. Isso ocorre considerando que é na organização onde se satisfazem necessidades, que variam desde a sobrevivência até a realização de projetos de vida, que se viabilizam pelos salários, identidade e realização profissional. Para atender a essas necessidades, as organizações criam estratégias que servem para manter o vínculo cada vez mais afetivo das pessoas com a organização, o que pode levar a comportamentos infantis de dependência, recusa à crítica, resistências à mudança, competição, personalização das relações de trabalho e egocentrismo. O jogo tem como paradigma a discriminação, a exclusão e o constrangimento. É a lei da seleção dos mais fortes e melhores. Por isso, em si mesmo é um instrumento de assédio moral dos seus empregados. Aqueles que não se destacarem, e observe, pelo excesso, ou seja, fazer mais que o exigido num contrato de trabalho formal, será eliminado. Então as organizações querem capturar os indivíduos e torná-los mais indivíduos para que não se organizem coletivamente. Por isso precisamos entender este modelo de gestão para poder saber resistir a ele”, concluiu Eduardo.
O SEEB-RO NO CENÁRIO NACIONAL
O presidente do SEEB Brasília, que também compõe o Comando Nacional dos Bancários, enfatizou a importância do SEEB-RO diante do cenário nacional do movimento sindical bancário.
“O que nos traz aqui, além da representação de outras entidades sindicais, é que o Sindicato de Rondônia é um exemplo que sempre menciono por onde ando, por ser um sindicato de base estadual que mantém a unidade, a democracia, a diversidade e continua na situação de não se dividir. Apesar de todas as adversidades, os bancários de Rondônia se mantêm unidos, com um alto índice de sindicalização e de organização”, mencionou Eduardo Araújo, presidente do SEEB Brasília.