Na manhã desta terça-feira (13/5) bancários retardaram, por uma hora, a abertura do atendimento ao público em duas agências do Santander em Rondônia (Porto Velho e Ji-Paraná), e fizeram protestos nas agências de Ariquemes, Rolim de Moura, Cacoal e Vilhena.
A manifestação faz parte do Dia Nacional de Luta contra a onda de terceirização colocada em prática pelo banco, que também promove o fechamento de agências e, consequentemente, o encerramento de postos do trabalho, o que tem afetado negativamente não apenas a vida dos bancários e bancárias, mas também dos clientes do banco.
De acordo com os bancários, estes protestos objetivam denunciar as práticas abusivas do Santander e, assim, desmascarar o discurso publicitário do banco e expor a realidade enfrentada pelos trabalhadores.
ENTENDA
De 2019 a 2023 a categoria bancária perdeu 27 mil postos de trabalho, uma redução de 6% no período pós-pandemia. Só que o Grupo Santander ampliou seu quadro funcional, saindo de 47,8 mil empregados para 55,6 em 2023. Mas o que deveria ser uma boa notícia nada mais é do que uma prática perversa do banco: a substituição de bancários por trabalhadores contratados em empresas coligadas e controladas pelo holding Santander.
A realidade é que o Santander vem, nestes últimos anos, criando CNPJ’s para contratar, como terceirizados, pessoas que seguem no serviço bancário. Com esta manobra, o Santander deixa de pagar, nesses novos contratos, direitos estabelecidos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCV).
“O balanço financeiro do 1º trimestre de 2025, divulgado nos últimos dias, confirma que o banco teve um lucro de R$ 3,861 bilhões, um crescimento de 27,8% em relação ao mesmo período de 2024. Mas ainda assim o banco continua fechando agências e postos de trabalho e, para piorar, terceiriza a própria mão-de-obra. Ou seja, em vez de valorizar seus funcionários e clientes – verdadeiros responsáveis pelos lucros – o Santander quer reduzir os direitos dos trabalhadores e, consequentemente, precarizar o atendimento aos clientes, pois é isso que acontece com a terceirização”, explica Ivone Colombo, presidenta do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO).
“O banco diminui as despesas, aumenta os lucros e, ainda assim, quer ver seus funcionários precarizados, com menos direitos e sequer um sindicato para representá-los e defendê-los de fato. E isso é extremamente perigoso pois estes trabalhadores sofrerão com uma cobrança de metas ainda pior do que já existe com os bancários. Ora, se trabalha no banco é bancário e tem que ter os mesmos direitos da nossa Convenção Coletiva de Trabalho”, acrescenta Ivone Colombo.