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Bancários protestam contra terceirizações no Santander

Agências bancárias e unidades administrativas do Santander, em todo o país, amanheceram, na sexta-feira (7), sob protesto contra as terceirizações realizadas pelo banco, que, desde o fim do ano passado, vem transferindo trabalhadores para outras empresas criadas pelo próprio banco, como STI, SX, Santander Corretora, F1RST, Prospera e, na última segunda-feira (3), cerca de 1,7 mil funcionários da área de manufatura passaram a ser transferidos para outra empresa do grupo, chamada “SX Tools”. Em Rondônia, os dirigentes sindicais do SEEB-RO fizeram panfletagem nas agências e se reuniram com os bancários do Santander.

“Realizamos estas atividades e sempre vamos atuar em defesa dos trabalhadores do Santander, que estão sendo terceirizados de uma forma extremamente agressiva pelo banco”, disse a Secretaria de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rita Berlofa, que é funcionária do Santander, ao ressaltar que as terceirizações levam à redução da renda e à perda de direitos dos trabalhadores.

“Com o discurso de modernização e foco no cliente, o Santander está destruindo direitos e a organização dos trabalhadores”, acrescentou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE), Lucimara Malaquias.

“Não podemos aceitar essa prática do Santander, que não trata desta forma os trabalhadores em outros países. Não é possível que ele venha aqui no Brasil tratar os brasileiros como trabalhadores de segunda categoria”, disse a dirigente da Contraf-CUT.

Ataque à organização dos trabalhadores

A coordenadora da COE do Santander lembrou que cada uma das empresas criadas pelo banco para promover as terceirizações é vinculada a um sindicato diferente. “Além de reduzir seus custos e aumentar seus lucros, o banco fragmenta os trabalhadores e enfraquece a organização sindical”, explicou Lucimara. “É importante que os trabalhadores entendam o que está ocorrendo no banco. Nos últimos dois anos, ao menos 9 mil trabalhadores já foram terceirizados. Este processo está se intensificando e quem perde com ele são os trabalhadores, que deixam de ter direitos às conquistas obtidas e definidas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria bancária”, completou.

“O único objetivo do banco é aumentar seu lucro, aumentar o lucro dos acionistas e obviamente aumentar o bônus, já milionário, que é pago aos seus executivos. Nós exigimos respeito a todos os funcionários do Santander e queremos que o banco converse com o movimento sindical”, disse a dirigente da Contraf-CUT.

“Queremos que o banco pare as terceirizações e inicie uma negociação efetiva, séria e responsável com os trabalhadores e sua representação sindical”, concluiu Lucimara.

Direitos em risco

Com a alteração de empregador do banco Santander para a “SX Tools”, os empregados perderão os direitos e conquistas da categoria bancária, uma das mais fortes e organizadas do país, como a jornada de seis horas.

Outra perda é a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) estabelecida com as regras claras da CCT da categoria. Cada empresa terceirizada do Santander distribuirá a PLR aos seus empregados com regras ainda desconhecidas e sem nenhuma negociação prévia com o movimento sindical bancário.

“O Santander não quer uma PLR negociada com os trabalhadores, igualitária, justa e com regras claras. A intenção do banco é pagar aos empregados o valor que quiser e, com o discurso da meritocracia, privilegiar alguns em detrimento do conjunto dos trabalhadores”, disse Lucimara, ao lembrar que, nas negociações da Companha Nacional dos Bancários deste ano, o banco queria reduzir os valores pagos em programas próprios do montante que deve ser pago na parcela adicional da PLR da regra da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e somente não o fez porque o Comando Nacional dos Bancários interrompeu a negociação com todos os bancos enquanto houvesse esta tentativa de redução dos valores pagos aos funcionários.

Outra perda será no auxílio-creche/babá. O valor do auxílio na “SX Tools” será de R$ 411 por filho, por até 12 meses. A CCT bancária garante R$ 602,81 por filho, até completar 71 meses.

Assembleias

Os sindicatos de bancários de todo o país que possuem unidades do Santander em sua base de atuação convocam as funcionárias e os funcionários do Santander para participar de assembleias, na próxima terça-feira (11), pra dizer se aprovam ou reprovam as terceirizações realizadas pelo banco. Nas assembleias, os trabalhadores também vão dizer se preferem que sua representação sindical continue sendo por meio de sindicatos dos bancários.

Na maior parte das bases, a votação será realizada por sistema eletrônico, via internet, em plataforma disponibilizada pela Contraf-CUT. Todos os funcionários podem votar, sejam eles sindicalizados ou não. Basta acessar o link: https://bancarios.votabem.com.br.

Contraf-CUT

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