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Bancos insistem em impor perdas aos bancários nas cláusulas econômicas

Em reunião de negociações da Campanha Nacional dos Bancários 2022, ocorrida nesta segunda-feira (22/8), a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) insistiu em impor perdas para a categoria bancária ao apresentar uma proposta de reajuste para os vales alimentação e refeição de apenas 81% da inflação geral e de apenas 43% da inflação dos alimentos acumuladas em 12 meses. Além disso, depois de 13 rodadas de negociação, os bancos ainda não apresentaram proposta de índice para correção dos salários e da Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

“Não podemos aceitar esta proposta! A categoria continua perdendo. E em todas as consultas que fizemos as bancárias e bancários nos disseram que queriam aumento maior para o vales alimentação e refeição, pois os valores não são suficientes para chegar ao fim do mês”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira.

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (Seeb/SP), Ivone Silva, que coordena o Comando juntamente com a presidenta da Contraf-CUT, tem a mesma impressão. “Foi um dia inteiro para a Fenaban apresentar mais uma proposta rebaixada. Na primeira parte da mesa, eles propuseram reajuste no VA e VR que cobria apenas 75% da inflação. Aí fizemos uma pausa e na volta eles propuseram reajuste de 81% da inflação, mas ainda insuficiente. Consideramos uma desfaçatez com os bancários, que constroem diariamente os lucros bilionários dos bancos. O Comando rejeitou a proposta na mesa”, informou.

“Foi mais uma rodada de negociação desperdiçada com essa postura de desvalorizar os trabalhadores com essas propostas indecentes. Os bancos sabem muito bem que estamos vivenciando um cenário de extrema carestia, com a inflação corroendo dia após dia o poder de compra do brasileiro, principalmente de alimentos. Todos sabem que com ou sem crise os bancos continuam lucrando, e lamentavelmente insistem em apresentar essas propostas rebaixadas, quando deveriam valorizar os trabalhadores, os verdadeiros responsáveis pelos lucros destas instituições financeiras”, menciona Ivone Colombo, presidenta do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO) e membro do Comando Nacional dos Bancários.

“Por isso é importante que os bancários e bancários participem efetivamente desta luta, seja nas manifestações presenciais nas agências, seja nas redes sociais, principalmente no Twitter, que tem uma mobilização mais dinâmica e ativa do movimento sindical”, completou Ivone.

VALE COXINHA

Segundo cálculos elaborados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com o reajuste proposto no VR o bancário precisa de praticamente um dia e meio para conseguir comprar um cafezinho a mais. Com o reajuste do VA (R$ 52,25 a mais por mês), não dá nem pra comprar meio quilo de café, um quilo de açúcar, um quilo de pão e 200g de manteiga. Para comprar estes produtos seriam necessários R$ 54,50.

MOBILIZAÇÃO NACIONAL

Sindicatos de todo o país vão realizar nesta terça-feira (23/8) um Dia Nacional de Luta para informar clientes e a categoria sobre o andamento das negociações e mostrar o descaso dos bancos com seus funcionários, que contribuíram para que os cinco maiores bancos do país (Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú e Santander) obtivessem juntos um lucro de R$ 56,5 bilhões nos seis primeiros meses de 2022, alta de 14,4% em relação ao mesmo período do ano passado, com rentabilidade de 18% em 12 meses.

TELETRABALHO E OUTRAS REIVINDICAÇÕES

Os bancos não apresentaram proposta para a ajuda de custo para cobrir os gastos que os bancários têm a mais com o teletrabalho. Com relação ao vale-transporte, também não responderam se atenderão a proposta de descontar o percentual de 4% apenas sobre os dias trabalhados presencialmente, e não sobre o mês inteiro.

As negociações também não andaram com relação ao combate ao assédio moral e fim das cobranças abusivas sobre as metas.

ASSÉDIO SEXUAL

Com relação à proposta de combate ao assédio sexual, ficou agendada uma reunião para quarta-feira (24), para que ONGs especializadas no tema apresentem propostas que possam ser discutidas.

PRÓXIMA NEGOCIAÇÃO

A próxima reunião de negociação será realizada nesta terça-feira (23), a partir das 14h, presencialmente, em São Paulo.

SEEB-RO, com informações do Comando Nacional dos Bancários

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