O Bradesco obteve lucro líquido recorrente de R$ 4,280 bilhões no 1º trimestre de 2023, o que corresponde a uma queda de 37,3% em relação ao mesmo período de 2022, e crescimento de 168,3% se comparado ao trimestre anterior. O retorno sobre o Patrimônio Líquido Anualizado (ROAE) ficou em 10,6%, com queda de 7,4 p.p em doze meses.
De acordo com o balanço do banco, “a geração de receitas com a margem de clientes, prestação de serviços e operações de seguros absorveu as maiores despesas com PDD em decorrência da inadimplência no segmento massificado (PF e PJ) e o aumento já esperado das despesas operacionais, principalmente pelo efeito do acordo coletivo”.
Um destes efeitos de inadimplência trata-se do caso Lojas Americanas, que em janeiro divulgou ao mercado a detecção de inconsistências contábeis de exercícios anteriores de cerca de R$ 20 bilhões, dos quais o Bradesco é um dos principais bancos afetados.
As provisões de liquidação duvidosa (PDD) tiveram aumento de 42,7%, totalizando R$ 9,7 bilhões.
EMPREGO
O Bradesco começou 2023 com 86.212 empregados, com queda de 1.276 postos de trabalho em doze meses e de 2.169 postos fechados em relação ao trimestre anterior. Por outro lado, o total de clientes do banco aumentou em 1,9 milhão, totalizando 76,7 milhões de clientes.
“Os números do balanço deixam claro que é necessário que o Bradesco pare de demitir trabalhadores e passe a contratar mais. Com o número de bancários em queda e o de clientes aumentando as consequências são claras: sobrecarga de trabalho, adoecimento e piora no atendimento”, avalia a diretora do Sindicato.
Somente com o que arrecada com serviços e tarifas bancárias, uma receita secundária, o Bradesco cobre em 122,7% suas despesas com pessoal, incluindo a PLR.
OUTROS NÚMEROS
A Carteira de Crédito Expandida do banco cresceu 5,4% em doze meses e teve queda de 1,4% no trimestre, atingindo R$ 879,3 bilhões.
As operações com pessoas físicas cresceram 10,2% em doze meses, chegando a R$ 365,3 bilhões, com crescimento em todas as linhas e destaque para o cartão de crédito (+22,4%); crédito imobiliário (+9,5%) e crédito pessoal (+8,9%).
Já o crédito para pessoa jurídica cresceu 2,2% em doze meses, alcançando R$ 514,0 bilhões. Destaque para o crédito imobiliário (+20,8%); crédito rural (+18,5%) e cdc/leasing (+13,5%).
SEEB-SP