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COBAN 2021: Por trás de uma simples proposta de vender patrimônio público há uma concepção de morte, avalia Miguel Pereira

Funcef, Saúde Caixa, Cassi e outros importantes serviços para os bancários de Caixa e Banco do Brasil, impactados pelo projeto de privatizações das empresas públicas – que parte do governo federal – foram alguns dos temas da palestra do veterano bancário e sindicalista Miguel Pereira, na 12ª edição do Congresso dos Bancários do Estado de Rondônia (COBAN), realizado no sábado, 31 de julho, pela segunda vez em formato virtual.

O ex-diretor da Contraf-CUT (2003 a 2018) atualmente integra o Fórum Nacional de Combate às Terceirizações e a Precarização do Trabalho, e por isso fez uma vasta explanação sobre o tema aos bancários, convidados e dirigentes participantes do Congresso. E para isso, ele foi bem detalhista acerca da realidade que estes trabalhadores devem estar esclarecidos.

“O presidente Michel Temer iniciou esta pauta com a reforma trabalhista. Essas novas modalidades de trabalho que foram criadas e inseridas na CLT, todas de trabalho precário (terceirização, quarteirização, contrato intermitente, pejotização…), tudo isso faz parte de um projeto. Tudo que estamos vivenciando é um projeto. O negacionismo do atual governo, a desconstituição das empresas públicas, a privatização, o repasse das empresas e serviços públicos para a iniciativa privada, tudo é um projeto. E muitos trabalhadores foram enganados por acreditar nesse projeto, que foi apresentado de forma escamoteada, disfarçada”, descreveu Miguel.

Ele ainda acrescenta que as mortes pelo coronavírus, a fome, o desemprego, a destruição do meio ambiente, a negação dos valores históricos e culturais, fazem parte do projeto de “pilares” de exploração, discriminação e preconceito do atual governo federal.

“A classe trabalhadora precisa ter a clareza de que a classe dominante apoiou e mantém o apoio a este tipo de política de promoção do desemprego, da desigualdade, do aprofundamento dessa diferenciação de concentração de riquezas. Precisamos lutar contra este projeto e defender a democracia, que é essencial para nós, movimento sindical. Sem democracia não há mobilização, não há como a gente se organizar para resistir, apresentar pautas diferentes, para reivindicar. A pandemia dificultou muito a nossa possibilidade de mobilização e de convencimento, mas precisamos continuar insistindo nessa luta”, destacou.

Miguel Pereira também entende que o movimento sindical, a classe trabalhadora, precisa compreender que este cenário político com intenção privatista esconde uma ideia ainda mais terrível. “Precisamos compreender que o que está por trás de uma simples proposta de privatização, de vender patrimônio público, é uma concepção de morte. Temos um cenário neoliberal junto com um cenário neofascismo, um projeto cujo a morte de tudo é a sua base. Bolsonaro incorpora perfeitamente este projeto: ele não tem a menor empatia nem pelas mais de 550 mil vítimas da covid-19. Por nada! Porque é a base de um projeto que ele acredita ser o melhor: a eliminação dos mais fracos, como se isso fosse a ordem natural da vida. E precisamos estar esclarecidos sobre tudo isso, para sabermos o que queremos, o país que queremos e, consequentemente, qual projeto político eleger no próximo ano”, ressaltou.

Clique AQUI e veja, na íntegra, essa e as demais palestra do 12º COBAN.

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