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COE Itaú reivindica suspensão das demissões e do GERA

Emprego, GERA e protocolos de saúde e segurança contra a disseminação da Covid-19 foram os assuntos da pauta da reunião entre a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú e a direção do banco, realizada por videoconferência na tarde de sexta-feira, 16. Os temas foram antecipados em ofício enviado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), na quinta-feira (15), para dar mais eficiência ao encontro.

No documento, o movimento sindical reivindicou a suspensão da implantação do programa de remuneração variável GERA. “Nós entendemos que o momento de pandemia não é o mais adequado para a implantação desse novo modelo, já que ainda existem muitas dúvidas dos trabalhadores, além da informação de que a cobrança pelo cumprimento de metas aumentou substancialmente. Além do mais, os empregados estão preocupados, pois a pressão tem sido grande e não conseguem se sentir motivados a cumprir o proposto pelo banco”, afirmou Jair Alves, coordenador do COE Itaú.

Segundo ele, denúncias dos trabalhadores apontam que o novo modelo é bem mais complexo e prejudicial, comparado ao AGIR, com metas mais difíceis de serem atingidas, principalmente na pandemia. E isso tem criado um clima de instabilidade, adoecimento e medo no ambiente de trabalho. “Há ainda a exigência de que os empregados tenham a certificação Ambima para fazer jus ao novo programa GERA. E, como é de conhecimento geral, essas provas, por enquanto, permanecem suspensas até 31 de maio de 2021, com previsão de retomada apenas em 1º de junho de 2021, o que ainda poderá sofrer alterações”, completou.

Emprego

O ofício pediu também a suspensão de qualquer processo de demissão de trabalhadores durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Na reunião, o banco apresentou o quadro de contratações e desligamentos e justificou que os demitidos não faziam mais o perfil do banco. O movimento sindical pontuou que o número de trabalhadores demitidos está muito alto, em meio a uma pandemia.

“O banco tem condições de manter o emprego desses trabalhadores. Caso o banco ache que estes funcionários não são mais uteis nos locais de trabalho atuais, eles podem ser realocados”, afirmou Maria Izabel, integrante da COE Itaú.

Protocolos

A COE cobrou também o cumprimento dos protocolos de saúde e segurança no trabalho. “Recebemos muitas denúncias de demissões injustificadas e de agências que não estão seguindo os protocolos. Isso não pode acontecer num momento como o que vivemos”, disse Valeska Pincovai, também da COE.

O banco apresentou todos os protocolos passados aos trabalhadores e garantiu que está intensificando a importância do cumprimento de todos eles. Além disso, anunciou também a diminuição do horário de atendimento, com fechamento das agências às 14 horas, a suspensão das visitas a clientes e o reforço das limpezas nas agências. A direção do Itaú estimulou que os trabalhadores denunciem ao movimento sindical se a sua agência não cumprir o que é devido.

“Queremos que esses protocolos sejam devidamente seguidos. Sabemos de casos de funcionários trabalhando com parentes próximos contaminados, que talvez eles também estejam contaminados, só que assintomáticos, mas que não falam por medo de serem demitidos, já que terão dificuldade em bater as metas. Por isso, é importante a suspensão das metas”, afirmou Valeska.

O Itaú apresentou um quadro que apontou o cumprimento de 18% das horas negativas dos trabalhadores. A situação será reavaliada a cada três meses. Caso os trabalhadores não conseguirem cumprir, o período de pagamento das horas será modificado.

Contraf-CUT

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