Pesquisar
Close this search box.

Compartilhar :

Contraf-CUT participa de debate sobre fechamento de agências da Caixa

Realizado na Câmara dos Deputados, na tarde de terça-feira (10), o debate reuniu representantes do banco público e de diversas categorias de trabalhadores que prestam serviços em agências bancárias

“Quando se fecha uma agência bancária da Caixa, toda a estrutura da sociedade é afetada.” A afirmação foi feita por Sergio Takemoto, presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), durante a audiência pública que discutiu “o fechamento de agências da Caixa Econômica Federal e seu impacto no mundo do trabalho”. Proposta pela deputada Erika Kokay (PT/DF), o debate, realizado na Câmara dos Deputados, na tarde de terça-feira (10/10), reuniu representantes do banco público e de diversas categorias de trabalhadores que prestam serviços em agências bancárias.

Takemoto também defendeu a importância de a Caixa preparar suas estruturas com antecedência para evitar o caos observado nas primeiras unidades que foram encerradas, principalmente para os empregados, sejam bancários ou de outras categorias que atuam no banco público. “Por que não realizar um estudo prévio de qualidade? Por que não ouvir as comunidades antes de tomar decisões tão drásticas como o fechamento de agências?”, questionou Takemoto.

Segundo ele, das 128 agências fechadas, mais de 80% estavam localizadas no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Paraná, regiões de grande interesse para o sistema financeiro. “O fechamento de uma agência precisa ser bem discutido e planejado, pois o impacto é enorme. Não afeta apenas os clientes e beneficiários dos programas sociais, mas toda a comunidade ao redor das agências da Caixa Econômica”, reforçou Takemoto. “Para fechar uma agência, é fundamental realizar um amplo diálogo com a comunidade. Não deve ser uma decisão tomada em um gabinete, distante da realidade local”, concluiu.

Proponente do debate, a deputada Erika Kokay destacou que a Caixa é o banco responsável pela articulação das políticas sociais, e sua presença é fundamental em todas as regiões do país. “O fechamento de uma agência não é apenas a perda de um espaço de operações bancárias, mas também de um ponto de articulação e execução de programas sociais essenciais”, destacou.

A parlamentar destacou o papel essencial do movimento sindical na discussão para evitar o fechamento de agências da Caixa, principalmente para evitar prejuízos para os empregados e empregadas da instituição. “Nosso objetivo é garantir condições legais de trabalho, como a manutenção dos direitos dos trabalhadores terceirizados, a segurança das instalações e, acima de tudo, assegurar que nenhum posto de trabalho seja perdido. O fechamento de uma agência da Caixa afeta não só os empregados diretos, mas também todos aqueles que asseguram o bom funcionamento do banco”, ressaltou a parlamentar.

Eliana Brasil, representante Contraf-CUT, enfatizou a necessidade da união e a mobilização de todos para evitar que mais agências tenham os seus serviços encerados. A exemplo disso, ela relatou um caso de São Paulo, quando a mobilização de todos evitou o fechamento de uma unidade. “Recentemente, durante as negociações da nossa data-base, tivemos o caso de uma agência muito importante na cidade de São Paulo, localizada na Praça do Forró. A própria população do entorno dessa agência organizou um abaixo-assinado e veio nos entregar, destacando a importância dela para a comunidade”, contou. “Sabemos da importância que uma agência da Caixa tem, especialmente para atender a população mais carente, e o impacto que seu fechamento teria não só para os clientes, mas para toda a economia local”, destacou.

Segundo ela, apesar da transformação digital ser necessária e positiva para a modernização do banco público, o fechamento de agências físicas e sua transformação em digitais afeta especialmente os terceirizados, que não têm as mesmas garantias de emprego que os trabalhadores concursados. “Por isso, fazemos um apelo à direção da Caixa: olhem com mais atenção para os trabalhadores terceirizados. Eles são nossos colegas e também precisam de respostas claras e garantias sobre seus futuros. Quando uma agência vai fechar, é preciso ser franco com todos, bancários e terceirizados, para que não fiquem sem informação ou segurança sobre seus empregos”, enfatizou.

ENCAMINHAMENTO

A Superintendente Nacional de Estratégia de Clientes da Caixa, Fernanda Martins, se comprometeu a se reunir com as várias entidades que representam os trabalhadores terceirizados, como vigilantes, trabalhadores da limpeza, da copa, telefonistas para discutir a garantia das condições legais de trabalho.

A discussão também contou com a participação de representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs); da Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes e Prestadores de Serviços (CNTV), do Sindicato dos Empregados no Comércio do Distrito Federal (Sindicom – DF); do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio, Conservação, Trabalho Temporário, Prestação de Serviço Terceirizáveis no Distrito Federal (Sindiserviços/DF); do Sindicato dos Bancários de Brasília (Seeb/DF) e do Sindicato dos Vigilantes do Distrito Federal (Sindesv/DF).

Fonte: Fenae, com edições da Contraf-CUT

Comente o que achou:

Jornal

Cartilha