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Direção da Caixa expõe empregados ao estresse e ao adoecimento

Quase 140 milhões de pessoas. Esse é o número de brasileiros que passaram pela Caixa até o terceiro trimestre de 2020. São pessoas que precisaram do auxílio emergencial, fizeram o saque Emergencial do FGTS, do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm) ou receberam a Antecipação do Abono e PIS. Foi por meio dos mais de 84 mil trabalhadores que a Caixa está cumprindo seu papel como banco público e social. Mas a direção da Caixa não respeita esses trabalhadores e a gestão pelo medo continua a ser imposta aos seus empregados.

Em meio a uma pandemia, com mais de 6,7 milhões de casos confirmados e 179,7 mil mortes, a direção da Caixa aumentou as metas, obrigando os empregados a trabalharem ainda mais para alcançar o objetivo. As jornadas seguem além do previsto. A reestruturação do banco pegou os trabalhadores de surpresa. Da noite para o dia, mais de 170 imóveis sendo devolvidos ou vendidos, e os empregados seguem sem saber para onde serão transferidos ou mesmo se a área ainda vai existir.

Recentemente impactados por mais um Programa de Desligamento Voluntário (PDV), a Caixa perdeu mais de 19 mil empregados. A Caixa se nega a contratar mais pessoas para recompor o quadro da empresa. Nessa indecisão, quem mais sofre são os trabalhadores, que seguem acumulando atividades, e a população, com o atendimento comprometido.

Na avaliação do presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto, a gestão da Caixa, mente ao dizer que coloca as pessoas em primeiro lugar. “Isso é uma falácia. Essa política de meritocracia está levando ao adoecimento, ao esgotamento das pessoas. É uma política de assédio moral. Estamos recebendo inúmeras denúncias que os empregados estão sendo ameaçados de perderem a sua função porque não atingem a meta. É criminosa essa gestão que a Caixa está fazendo”.

Takemoto também criticou a falta de debate com a empresa. Medidas como a de reestrutura ou transferir empregados estão sendo tomadas sem negociação. “A Caixa se exime do risco e coloca toda a responsabilidade para o empregado. Não tem a discussão coletiva, discussão com as entidades. Essa é uma gestão que está levando os empregados a adoecerem”, afirmou.

A coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), Fabiana Uehara Proscholdt, vem afirmando sistematicamente que os empregados esgotados com um atendimento pesado do social e meta adoecedora. “A direção da Caixa está mais que extrapolando, de gestão humanizada não têm nada. Colocar metas adoecedoras e depois, ainda, responsabilizar o empregado que tentar alcançar a meta? Todos os colegas estão estressados, estão adoecendo com as jornadas estafantes. O assédio aumentou absurdamente. Nós ainda estamos numa pandemia sem precedentes e os casos de infecção estão aumentando. São quase 180 mil pessoas mortas. Parente, amigo de alguém. Com os trabalhadores doentes, muitos com a imunidade baixa, acabam correndo um risco ainda maior de serem infectados”, ressaltou.

Fabiana reforçou que a luta do movimento sindical e das entidades é para que a Caixa faça novas contratações para melhorar as condições de trabalho para os empregados. “Nossa luta é para que os empregados tenham condições de trabalho respeitadas, melhorando a qualidade de vida e atendendo melhor a população”, destacou.

Gestor da área de saúde e consultor da Fenae, o médico Albucacis de Castro avaliou como estressante a situação do bancário da Caixa e explicou os resultados dessa pressão. “Isso é expor os empregados, levando ao adoecimento e a casos de depressão, com muitas consequências nocivas aos trabalhadores”.

O consultor da Fenae definiu a saúde como o bem-estar físico, mental e social e não como apenas a ausência de doença. “Os problemas são causados por menor quantidade de empregados, aumento das tarifas, preocupação com a saúde e insegurança no ambiente de trabalho. São por essas situações danosas que os empregados na Caixa estão ficando doentes”, explicou.

Fenae

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