Na manhã desta quinta-feira (6/2) os funcionários do Itaú retardaram, durante duas horas, a abertura de duas agências em Rondônia, uma em Ji-Paraná e outra na capital Porto Velho. O protesto foi para manifestar o repúdio contra a postura intransigente do banco que continua desprezando algumas reivindicações fundamentais para o fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico 2024.
Os funcionários da base rondoniense já haviam reprovado o ACT proposto pelo banco no dia 6 de janeiro, em assembleia extraordinária específica virtual promovida pelo Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramos Financeiro do Estado de Rondônia (SEEB-RO). Esta rejeição, de mais de 95% dos votantes, se deu principalmente porque o banco se recusa a negociar pontos importantes como teletrabalho, sistema alternativo de controle de jornada, bolsa auxílio-educação e compensação de jornada.
O Itaú insiste que o Sindicato assine, neste pacote, propostas que respaldam o desrespeito à jornada de trabalho. Além disso, quer que o Sindicato “chancele” a validação do ponto de funcionários, assim como o banco de horas, que atualmente é regulamentado por acordo individual.
Porém, a realidade é de exploração dos trabalhadores, que são submetidos a:
- marcar saída de ponto, mas continuar trabalhando;
- receber mensagens dos gestores fora do expediente (até mesmo de madrugada);
- não poder definir os dias de compensação junto aos gestores;
- quando programam suas rotinas de trabalho são mandados para casas, por terem horas a compensar.
Para o SEEB-RO, existem pontos positivos na proposta apresentada pelo Itaú, mas assinar este acordo, com o texto atual, significa concordar com todos os pontos negativos. Seria como fechar os olhos para práticas abusivas do banco.
“O Sindicato está disposto a assinar todos os avanços obtidos nas negociações, mas não pode acatar um ACT global que institucionaliza os desvios na jornada de trabalha e a arbitrariedade do banco de horas, por exemplo. Queremos assinar apenas o que é bom para os trabalhadores”, enfatiza Ivone Colombo, presidenta do SEEB-RO.
A Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), juntamente com as federações de Minas Gerais (Fetrafi-MG) e do Paraná (Fetec-PR), continuam solicitando a reabertura de negociações para a definição do ACT, principalmente após o banco cortar o bolsa auxílio-educação dos bancários das bases que não assinaram o Acordo 2024.
Mais informações a qualquer momento.