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Intransigente, Fenaban insiste em impor perdas à categoria bancária

No dia nacional da bancária e do bancário, apesar dos altíssimos lucros, bancos seguem desrespeitando categoria ao apresentar reajustes rebaixados

A Fenaban continua desrespeitando os trabalhadores. Na mesa desta quarta-feira (28/8), propôs reajuste escalonado, recusando-se a dar aumento real para todos os trabalhadores. Pela proposta, a categoria seria dividida em quatro faixas salariais, e os reajustes seriam diferenciados para cada uma delas.

Apenas as duas primeiras faixas teriam aumento acima da inflação estimada: reajuste de 4% para salários até R$ 5.593,97 (o que resultaria em aumento real de 0,09%) e de 3,95% para salários entre R$ 5.593,98 a R$ 8.360,95 (o que daria aumento real de 0,04%). As demais faixas receberiam apenas a reposição da inflação.

Além disso, só para as três primeiras faixas, os reajustes viriam em setembro, as demais receberiam somente em dezembro.

Para VA e VR, PLR e demais verbas, a proposta seria 100% do INPC, mas aplicada somente a partir de novembro.

O Comando rejeitou a proposta na mesa e reiterou que os trabalhadores querem aumento real para todos.

“A proposta é péssima, divide a categoria. Além disso, prejudica o pagamento da PLR, que seria antecipada apenas em novembro e também sem ganho real”, destacou a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. “Além disso, não trouxeram propostas de aumento maior nos vales, nem melhoria da PLR, além das outras reivindicações”, completou.

“É inimaginável a criatividade dos bancos para ganhar em cima do nosso esforço, querem nos impor proposta rebaixada, precarizar nossa CCT, que, apesar de ser uma das melhores do país, valoriza seus funcionários muito menos que os altos executivos e acionistas. Nosso acordo, apesar de forte, está muito aquém do que produzimos”, destacou a também coordenadora do Comando Nacional, Neiva Ribeiro, que também é presidenta do Sindicato de São Paulo, Osasco e Região (Seeb-SP).

PRÓXIMOS PASSOS

As negociações com a Fenaban serão retomadas nesta quinta-feira (29), a partir das 10h30. Além disso, amanhã também terão negociações dos bancos públicos Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, a partir do meio-dia.

O Comando orientou que as mobilizações nas redes e nas agências e escritórios continuem. As assembleias seguem marcadas para a próxima quarta (4/7).

DADOS DO SETOR

O Comando Nacional reforça que os bancos estão com larga vantagem em relação aos concorrentes no setor, por isso não há motivos para não conceder ganho real. Veja os dados:

– Em 2023, os bancos tiveram lucro de R$ 145 bilhões no país. Estamos falando de lucro, já descontado impostos, provisões, gastos com funcionários e equipamentos.

– No 1º semestre de 2024 o lucro dos 5 maiores bancos foi de R$ 60 bilhões, aumento de 15% em relação ao mesmo período de 2023.

– No Brasil, os bancos têm rendimento médio de 15% ao ano acima da inflação. A título de comparação, os bancos dos Estados Unidos têm rentabilidade média de 6,5% acima da inflação, na Espanha 10% e na Inglaterra 9%.

– As receitas dessas empresas representam 10 vezes as despesas de pessoal, enquanto que, nas cooperativas, essa relação é de 7 para 1 e, nas instituições de pagamento de 1,3 para 1.

Fonte: Com informações da Contraf-CUT e SEEB-SP

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