O Santander divulgou nesta quinta (2/2) seus resultados financeiros do quarto trimestre. O banco espanhol apresentou Lucro Líquido gerencial de R$ 12,9 bilhões, queda de 21,1%, em relação a 2021. Também houve queda do Lucro Líquido gerencial de 45,9% no 4º trimestre, em relação ao 3º trimestre anterior (R$1.689, frente aos R$ 3.122 bilhões registrados no período subsequente). O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) também apresentou queda de 4,9 pontos percentuais (p.p) em doze meses e ficou em 16,3%.
Segundo explicação do próprio Santander, entre os fatores para esses resultados está o crescimento dos créditos de liquidação duvidosa (PDD), “por conta do aumento no segmento pessoa física e provisionamento decorrente de um evento subsequente no segmento do Atacado”. E isso, devido ao caso das Lojas Americanas, que impactou o custo de crédito de 12 meses, o qual atingiu 4,4%, com alta de 1,7 p.p. no ano, e de 0,6 p.p. no trimestre.
Em análise divulgada sobre o Santander, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) pontua que “a Americanas S.A. divulgou ao mercado, no dia 11 de janeiro de 2023, fato relevante para informar a detecção de inconsistências contábeis em demonstrações financeiras de exercícios anteriores, estimadas em cerca de R$ 20 bilhões, sendo o Banco Santander uma das principais instituições afetadas”.
EMPREGOS E AGÊNCIAS
Em relação aos empregos, a holding espanhola encerrou 2022 com 52.603 vagas, com abertura de apenas 56 postos de trabalho em doze meses, considerando que, no trimestre foram abertos 1.389 postos de trabalho. Vale lembrar que, no terceiro trimestre de 2022, o Santander havia fechado 385 postos de trabalho. Em 2022, o banco também fechou 286 agências e 118 postos de trabalho.
IMPORTÂNCIA DO ACORDO COLETIVO
A coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Lucimara Malaquias, avalia que o aumento de créditos de liquidação duvidosa, “poderá causar impactos na PLR” (Participação nos Lucros e Resultados). “Análises estão sendo feitas para avaliar o tamanho real dos resultados que o banco apresentou hoje”, completa.
A representante dos funcionários nas negociações com o banco, aponta ainda que a queda de 4,9 p.p da ROE, em relação à 2021, poderia impactar em reduções no pagamento no Programa da Participação nos Resultados Santander (PPRS). “Porém, isso não vai ocorrer, graças à negociação do aditivo Santander, que impede a alteração das faixas, como pretendia o banco”, ressalta.
Desta forma, Lucimara destaca a importância do acordo coletivo, “que visa minimizar os impactos da oscilação do mercado no rendimento dos trabalhadores”, e conclui que a retração do banco “traz alertas e preocupações não só para o Santander, mas para todo o sistema financeiro”.
Clique AQUI para acessar os Destaques de Demonstrações Financeiras do Banco Santander – exercício de 2022.
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