A mãe de uma servidora da Caixa Econômica começou a apresentar sintomas da Covid-19 no dia 16 de julho, e o pai, três dias depois. Ambos passaram por exames, que testaram positivo para o novo coronavírus. Os resultados ficaram prontos nos dias 23 e 31 de julho, respectivamente. Isso aconteceu após Marcele Vieira Lima ter retomado o serviço em seu local de trabalho no Distrito Federal, embora tenha solicitado continuar no home office por morar com os pais, que são do grupo de risco. O pedido foi negado e ela se infectou com a doença, passando em seguida para os dois idosos, que morreram num intervalo menor que 24h.
“A Caixa soltou umas regras de quem poderia permanecer em home office. O próprio empregado deveria ser do grupo de risco. Eu formalmente pedi pra continuar trabalhando em casa, pois apesar de não ser do grupo de risco, eu morava com meus pais, e os dois eram, minha mãe tinha 63 anos e meu pai 69. Mas negaram meu pedido. E fui obrigada a voltar. Infelizmente nos infectamos e meus pais faleceram — relatou Marcele ao EXTRA.
A coordenadora contou que sua mãe foi internada no mesmo dia em que recebeu a confirmação de que estava com a Covid-19 (23/7). Já seu pai foi hospitalizado na véspera de pegar o resultado (30/7). Da unidade de saúde, porém, eles não saíram mais. Primeiro morreu o pai da servidora, na quarta-feira, dia 4 e agosto, cerca de 12 horas depois, foi a vez da mãe — coincidindo com o dia do próprio aniversário.
Marcele, cujas duas irmãs são também funcionárias da Caixa, destacou que os pais estavam respeitando a quarentena durante todo o período da pandemia. Na casa dos idosos, viviam ela e uma das irmãs, que ocupa o cargo de gerente.
“A gente limpava tudo o que comprava. Morávamos juntos, eles, eu e minha irmã. As duas que moravam com eles (incluindo eu) voltamos a trabalhar presencialmente, por ordem da Caixa, e contraímos a doença”, detalhou a trabalhadora.
Procurada, a Caixa não enviou uma resposta sobre o caso até o momento.
FONTE: Extra Online