O Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO) participou, no último dia 2/8, no auditório do SINTTEL, em Porto Velho, de uma roda de conversa sobre o vigente modelo de política monetária do Banco Central que trava a economia e agrava os problemas sociais no Brasil.
O encontro, promovido pela Frente Brasil Popular, e com participação também das centrais sindicais e movimentos sociais, serviu para intensificar a Campanha Nacional de Lutas contra os Juros Altos praticados pela atual autoridade monetária do Bacen, que tem sabotado a geração de emprego, consequentemente, o desenvolvimento socioeconômico do país.
O diálogo, as contribuições e os esclarecimentos foram trazidos pelo Prof. Dr. Otacílio Moreira de Carvalho Costa, docente do Departamento Acadêmico de Ciências Econômicas da Universidade de Federal de Rondônia (UNIR).
“Em uma sociedade desigual como a nossa, a linguagem econômica dominante serve para legitimar nosso modo de organização, naturalizar desigualdades e privilégios, promover o individualismo, esvaziar as responsabilidades coletivas e minimizar o papel do governo. Assim, a corrente economista conservadora contribui para nos conformar com o mundo de hoje, sem questionamentos, justificando reformas que favoreçam os mais ricos e enfraquecem os atores políticos capazes de transformar a sociedade. Desmontar mitos econômicos, numa linguagem acessível ao grande público é uma disputa de narrativas”, grifou Edson Wilson Tavares, Secretário de Saúde, Condições de Trabalho e Política Social SEEB-RO.
“A roda de diálogo sobre juros altos acabou sendo uma aula sobre a economia de Rondônia e suas perspectivas de desenvolvimento”, apontou João Anselmo, militante de Frente Brasil Popular.
As rodas de conversas regionais acontecerão nas semanas previstas das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). As próximas reuniões estão agendadas para os dias 19 e 20 de setembro, 31 de outubro e 1º de novembro, 12 e 13 de dezembro.
Na última reunião, no dia 8/8, o Copom finalmente decidiu cortar a taxa básica de juros (Selic) em 0,5%, de 13,75% para 13,25%. Ainda assim, com esse índice de 13,25%, o Brasil vai continuar ostentando a maior taxa de juros do planeta.