O salário mensal médio de um bancário admitido em setembro foi de R$ 5.521,94, ou 81,5% daquele que foi desligado, que era de R$ 6.772,94. Nesse mesmo mês, o salário médio do trabalhador admitido no emprego formal brasileiro atingiu R$ 1.931,13, o que corresponde a 35% do ganho do bancário. O valor equivale a 1,6 salários mínimos e é pouco superior aos auxílios alimentação e refeição da categoria bancária, que somam R$ 1.813,80 ao mês.
Para o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Walcir Previtale, “a melhor remuneração e os benefícios recebidos pelo bancário são resultados da luta de uma categoria que historicamente atua de forma coletiva e que há décadas se dedica ao fortalecimento da unidade e da organização sindical”.
IDADE E GÊNERO
Como já se viu nos últimos meses, as contratações favoreceram homens, com 117 postos, enquanto as mulheres perderam dois. Essa característica acentua a distorção de oportunidades por gênero no setor.
Houve ampliação de vagas para bancários até 29 anos, com 698 vagas, enquanto aqueles com idade superior a essa perderam 565. Walcir critica que “os bancos mantêm a postura de acentuar disparidades de gênero e de utilizar novas contratações para reduzir a massa salarial”.
MOVIMENTAÇÃO
O setor bancário registrou, em setembro, a abertura de 115 postos de trabalho. Neste ano, foram criadas 3.413 vagas e nos últimos 12 meses, 6.041. As movimentações mostram que, desde janeiro, 51,5% desse saldo são devidos a bancos múltiplos, com carteira comercial, e 37,4%, à Caixa, pelas contratações de aprovados no concurso de 2014.
Esse saldo positivo está diretamente ligado à tecnologia da informação (TI), pois ao longo dos últimos 12 meses, 10% das admissões e apenas 5% dos desligamentos ocorreram em postos na área. No mesmo intervalo, não ocorreram contratações para primeiro emprego e a reintegração de trabalhadores representou 3,1% dos admitidos em setembro.
Nesse mês, 15 estados tiveram saldo positivo, com destaque para São Paulo (368 postos), Paraná (27) e Sergipe (10). O fechamento de vagas se deu em 11 estados, de modo mais acentuado no Rio de Janeiro (153), Minas Gerais (62) e Ceará (60).
De janeiro a setembro, a maior concentração do saldo favorável também ocorreu em São Paulo, com 66,3% do total. O fechamento de postos se deu em seis estados – Rio de Janeiro, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – o que não se verificou nas regiões Norte e Centro-Oeste do país.
As informações foram sistematizadas na Pesquisa do Emprego Bancário (PEB), do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) – Rede Bancários, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), de setembro de 2021 a setembro de 2022.
RAMO FINANCEIRO
No ramo financeiro, excluída a categoria bancária, o saldo foi positivo em todos os 12 últimos meses, com a geração de cerca de 38,3 mil postos. Entre janeiro e setembro deste ano, foram 29,7 mil novos postos, média de 3,3 mil ao mês. Em setembro, foram abertos 3.442 postos, 28% a menos que o mês anterior. As atividades que mais contribuíram foram crédito cooperativo (867 vagas), holdings de instituições não financeiras (707) e corretores e agentes de seguros, de planos de previdência complementar e de saúde (398).
CENÁRIO
O Novo Caged indica que o emprego celetista no Brasil cresceu em setembro, com 278.085 postos (1.926.572 admissões e 1.648.487 desligamentos). Os cinco grandes grupamentos econômicos tiveram números positivos: serviços (122.562); comércio (57.974); indústria (56.909), concentrado na indústria de transformação (54.123); construção (31.166); e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (9.474).
Os resultados gerais, de emprego formal e informal, mostram, no trimestre de julho a setembro de 2022, desocupação de 8,7% (9,5 milhões). A subutilização da força de trabalho ficou em 20,1% (23,4 milhões), e os desalentados somaram 4,3 milhões. O contingente de pessoas ocupadas foi estimado em 99,3 milhões, dos quais 47,2% são trabalhadores com carteira assinada ou estatutários, 48,4% não formais (sem carteira ou que atuam por conta própria) e 4,4% empregadores.
Contraf-CUT