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NADA A COMEMORAR: Credisis banca o ‘bom samaritano’ e diz para funcionários “comemorarem” índices rebaixados e sem o aval da categoria

Os representantes do Conselho de Administração (Consad) do Credisis enviaram, na última quarta-feira (16/12), um comunicado (via redes sociais) que “recomenda fortemente que os seus colaboradores comemorem” índices de reajuste salarial e do auxílio alimentação que não condizem com os índices que são reivindicados pela categoria e que continuam sendo objeto das negociações com o Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO) para o fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2021.

“COMEMORE!

Em reunião realizada no dia 16/12/2020 foi decidido e aprovado pelo Conselho de Administração (Consad) os reajustes que beneficiarão todos os colaboradores do Sistema Credisis:

 

* Reajuste salarial de 2,05%

* Reajuste no vale alimentação de 4,98%

* Também foi autorizado: pagamento de 13º vale alimentação.”

Esse é o texto explícito no banner que foi enviado a cada cooperativário do Credisis em Rondônia nesta semana, comprovando a tentativa leviana de passar a imagem de que o Credisis é um “bom samaritano”, que está oferecendo, de iniciativa própria e de “bom grado”, algo “surpreendente”, “louvável” e que “é motivo de celebração” pelos trabalhadores.

Para a direção do SEEB-RO, essa mensagem do Consad tenta iludir os empregados, que continuam aguardando a aprovação de índices realmente justos para a categoria. A pauta de reivindicação dos cooperativários traz a proposta de reajuste salarial composto de índice da inflação do período mais 5% de ganho real, e tíquete alimentação com reajuste de 20%. A proposta dos trabalhadores é bem clara, com um reajuste composto de inflação do período (2,05 – INPC) mais 5% de ganho real, totalizando 7,05%, enquanto que os tíquetes, com reajuste de 20%, passariam de R$ 1.047,80 para R$ 1.257,36 por mês.

Na primeira reunião de negociação entre o Sindicato e os representantes patronais do sistema, realizada no dia 10/12, em Ariquemes, não houve avanços nas propostas para o fechamento do ACT.

“Esse índice salarial que eles (os patrões) enaltecem na mensagem nada mais é do que a inflação do período, e o reajuste mencionado para os tíquetes é a inflação do período mais 2,93% de ganho real, muito abaixo dos 15,02% de ganho real que seria com o reajuste de 20%. E sabemos no Brasil o valor de alguns alimentos subiu acima dos índices de 60 ou 70%”, destacou José Pinheiro, presidente do SEEB-RO.

Para o dirigente, chega a ser um deboche a parte em que os patrões alegam, na mensagem, que o pagamento do 13º vale alimentação foi “autorizado”, quando todos lembram que ainda em 2019 estes mesmos patrões fizeram de tudo para extinguir de vez este direito conquistado dos trabalhadores, tanto que o ACT de 2019 foi parar na Justiça do Trabalho, culminando com o famigerado dissídio coletivo.

“E como se não bastasse, para completar, ao final do comunicado ainda incluíram a frase ‘VALORIZAR O COLABORADOR’, o que, considerando os índices apresentados e vendidos como ‘magníficos’, é uma nítida e comprovada contradição”, concluiu o presidente, que considerou um desrespeito a apresentação destas propostas aos funcionários antes das próximas rodadas de negociação, ferindo o processo negocial.

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