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BC prevê que país fechará 2023 com a menor inflação dos últimos quatro anos

O último boletim do ano sobre as expectativas do mercado financeiro quanto aos números da economia do país, divulgado no dia 26 de dezembro pelo Banco Central (BC), aponta para reduções da inflação deste ano e da taxa de juros para 2024. O chamado Boletim Focus, divulgado toda semana, prevê que o Brasil terá a inflação mais baixa dos últimos quatro anos.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) baixou para 4,46%, frente aos 4,49% divulgados na semana anterior. É a menor taxa anual desde 2019. Neste ano, a inflação deve voltar ao intervalo definido pela meta do Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3,25% — com tolerância de até 4,75% (margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos). O BC apontou que há apenas 17% de possibilidade de descumprimento da meta em 2023. Em setembro, a probabilidade era de 67%.

O relatório Focus resume estatísticas calculadas considerando as expectativas de mercado coletadas até a sexta-feira anterior à divulgação. Traz a evolução gráfica e o comportamento semanal das projeções feitas pelo mercado para índices de preços, atividade econômica, câmbio, taxa Selic, entre outros indicadores.

Para 2024, a previsão da inflação caiu para 3,91% (antes era 4,49%). O Focus reúne a projeção de cerca de 100 instituições do mercado para os principais indicadores econômicos do país. Nesta semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ainda divulgará a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de dezembro.

O boletim também assinalou a revisão para baixo em relação às expectativas de câmbio e a primeira queda da Selic de 2024. Para o dólar, o relatório indicou expectativa de queda para 2023, 2025 e 2026: respectivamente, R$ 4,90 (R$ 4,93 no anterior), R$ 5,05 (antes era R$ 5,08) e R$ 5,10 (R$ 5,11). Para 2024 a projeção se manteve em R$ 5,00. Para a taxa Selic de 2024, o mercado voltou a projetar que termine em 9%, depois de ficar o último trimestre em 9,25%.

Terceiro trimestre

Na semana passada, o BC divulgou o relatório de inflação do terceiro trimestre e registrou que a inflação do país, medida pelo IPCA, deve fechar o ano em 4,6%. De acordo com o documento, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual — para 11,75% ao ano — é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e o de 2025.

“Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário. O Comitê enfatiza que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, diz o relatório.

Na avaliação do BC, o ambiente externo segue volátil, com movimentos expressivos das taxas de juros de prazos mais longos nos Estados Unidos, primeiramente subindo e mais recentemente recuando e com os núcleos de inflação permanecendo em níveis elevados em diversos países.

O BC avalia que os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho e que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes.

Por: RBA

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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