Pesquisar
Close this search box.

Compartilhar :

Bolsonaro diz que não vai privatizar a Caixa, mas processo de venda segue a todo vapor

Ao mesmo tempo em que Bolsonaro diz que não vai privatizar a Caixa Econômica Federal, a direção do banco dá continuidade ao processo de abertura de capital da Caixa Seguridade. Em uma live que aconteceu nesta quinta-feira (17), o presidente afirmou que a Caixa, o Banco do Brasil e a Casa da Moeda não serão privatizados. No entanto, outro Fato Relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no dia 15 de setembro, a Caixa Seguridade informou que a Assembleia Geral Extraordinária aprovou o desdobramento das ações de emissão da empresa – uma maneira de tornar o preço da ação mais acessível aos investidores.

Com isso, o número de ações ordinárias (que dão direito a voto nas assembleias da empresa) em que se divide o capital da Companhia passará de 1,2 bilhão para 3 bilhões.

“As ações resultantes do desdobramento aprovado conferirão integralmente aos seus titulares os mesmos direitos das ações ordinárias existentes, inclusive em relação à distribuição de dividendos e/ou juros sobre capital próprio e eventuais remunerações de capital que vierem a ser distribuídas pela Companhia”, diz o Fato Relevante.

Para o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, o governo fala uma coisa e faz outra. “Se não vai privatizar, por que editou uma Medida Provisória permitindo a venda de partes da Caixa? Todas essas ações contraditórias entre o que Bolsonaro diz e o que sua equipe faz têm a intenção de confundir a população”, opina.  “Ele (Bolsonaro) diz que não vai privatizar (a Caixa), mas a realidade é que o governo dá passos largos rumo à venda do banco. Basta ver as ações orquestradas com a direção da Caixa. Mal Bolsonaro editou a MP 995 e a Caixa soltou dois Fatos Relevantes dando prosseguimento à abertura de capital. A privatização da Caixa já começou”, disse.

Takemoto se refere a dois Fatos Relevantes divulgados imediatamente após a edição da MP 995. O primeiro, divulgado no dia 12 de agosto, informava sobre a retomada do IPO da Caixa Seguridade e as negociações no Novo Mercado da B3. Já o segundo documento, do dia 13 de agosto, anunciava a criação de uma nova sociedade a partir da subsidiária Caixa Seguridade para explorar as atividades do Balcão Caixa por 20 anos.

População não quer a privatização da Caixa

Enquanto o Governo Bolsonaro e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, aceleram a privatização da Caixa, os brasileiros se posicionam contra a venda do banco público. Em uma pesquisa realizada pela revista Exame, em parceria com o Ideia – instituto especializado em opinião pública, 49% dos entrevistados disseram ser contra a privatização da Caixa. Enquanto 22% disseram ser a favor e 19% dos entrevistados ficaram neutros. 9% não souberam opinar. O levantamento foi feito com 1.235 pessoas, por telefone, em todas as regiões do país, entre os dias 24 e 31 de agosto. Leia aqui.

Em outra pesquisa, desta vez realizada pela revista Fórum, entre os dias 14 e 17 de julho, mostrou que 60,6% dos participantes são contrários à privatização do banco público. A revista ouviu a opinião de 1000 brasileiros sobre a venda de estatais. A empresa que teve a maior rejeição contra a privatização foi a Caixa.

Fenae

Comente o que achou:

Jornal

Cartilha