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Campanha Nacional começou no Banco da Amazônia com o 16º Congresso Nacional

O Congresso do Basa reuniu, virtualmente, bancários e bancárias do Pará, Rondônia, Roraima, Amapá e Mato Grosso

Um sábado (18/5) para definir as propostas da pauta de reivindicações do funcionalismo do Banco da Amazônia e que reuniu, virtualmente, bancários e bancárias do Pará, Rondônia, Roraima, Amapá e Mato Grosso. Dentre os vários pedidos, um em comum: saúde, seja com a retomada da ginástica laboral presencial, seja com um plano de saúde efetivo.

“A saúde, principalmente mental, de uma categoria adoecida, foi pauta comum de toda a categoria. Reivindicação corroborada por uma pesquisa realizada pela Secretaria de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, em colaboração com pesquisadores do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília que revelou que cerca de 80% dos trabalhadores e trabalhadoras do ramo financeiro declaram ter tido pelo menos um problema de saúde relacionado ao trabalho no último ano. O reajuste salarial é muito importante, mas não menos importante, a saúde dos nossos colegas”, destaca a presidenta do Sindicato, Tatiana Oliveira.

Dos 80%, quase metade está em acompanhamento psiquiátrico. O principal motivo declarado para buscar tratamento médico foi o trabalho. Entre os que estão em acompanhamento psiquiátrico, 91,5% estão utilizando medicações prescritas pelo psiquiatra, um percentual que cai para 64,4% entre os que estão em outros tipos de acompanhamentos médicos.

Para a secretaria de Mobilização e Relação com os Movimentos Sociais da CUT Brasil, Rosalina Amorim, que também é diretora do Sindicato dos Bancários do Pará, conquistas históricas da categoria bancária, como o fim do trabalho aos sábados, ainda continua em risco e por isso a importância da mobilização contra o retrocesso.

“Infelizmente a maioria do Congresso Nacional é contra a classe trabalhadora e é o Legislativo que votação as proposições. O tema já surgiu no Congresso de diversas formas, por projetos de lei ou por medidas provisórias. Já conseguimos retirar de pauta, barrar votação, graças à nossa mobilização; que deve ser constante; e o Banco da Amazônia, um banco regional e de fomento, precisa desenvolver políticas em prol do crescimento da nossa região, respeitando a floresta Amazônica e a população que dela vive”, ressalta a dirigente sindical.

A mesa de abertura também contou com a participação do novo presidente da Fetec-CUT/CN, Rodrigo Britto; da presidenta da CUT-PA, Vera Paoloni, que também é vice-presidenta do Sindicato. Na assessoria jurídica, acompanham o Congresso, Fernando Galiza, pelo Sindicato dos Bancários do Pará, além do Luciano Danin, representando o escritório Mary Cohen Advocacia, e que auxilia a entidade sindical nas mesas de negociação.

NÃO BASTA FAZER SOMENTE NARRATIVAS”, DIZ PESQUISADOR

“O que a gente tem feito na prática para cobrar que as instituições financeiras tenham compromisso e responsabilidade socioambiental na prática? Não basta fazer comente narrativas, precisamos produzir informações, dados e apontar metodologias que demonstrem as narrativas de defesa de um banco de desenvolvimento regional; e financiar mais o grande produtor rural que desmata, em detrimento do pequeno que defende a floresta em pé, não é ser efetivamente um desenvolvedor regional”, afirma o professor e coordenador do programa de pós-graduação em economia da UFPA e pesquisador do NAEA/UFPA, Dr. Danilo Fernandes.

De 2022 a 2023, segundo microdados do Crédito Rural e do Proagro (Sicor), R$ 0,82 bilhões do crédito rural foi destinado ao grande produtor rural, enquanto o pequeno teve apenas menos da metade, R$ 0,24 bi.

ENTIDADES PRECISAM TER ESTRATÉGIAS NA MESA DE NEGOCIAÇÃO

Em 2023, o Banco da Amazônia teve lucro recorde de R$ 1,345 bilhão, alta de 19,9% em comparação com o ano anterior. O patrimônio líquido chegou a R$ 5,9 bilhões e o ROE (retorno sobre patrimônio) ficou em 25,1%.

“O Banco da Amazônia é um banco de fomento, e isso fez ele manter um resultado positivo, diferente dos bancos de carteira comercial que sentiram o impacto da inadimplência. Isso demonstra um bom cenário para a Campanha Nacional no Basa, corroborado pela variação média dos reajustes nos três primeiros meses do ano que foi de alta, mas as entidades sindicais precisam ter estratégias na mesa de negociação”, avalia o economista do DIEESE, Gustavo Cavarzan.

A variação média dos reajustes salariais teve alta real de 1,52% em março de 2024, segundo levantamento do Dieese com informações até 9 de abril. Em fevereiro, foi de 1,57%. Já janeiro registrou aumento de 1,81%. O recorte setorial indica que as negociações na indústria seguem com os maiores percentuais de reajustes acima da inflação em 2024 (88%). São seguidas pelos serviços (86,9%). No comércio, aumentos reais foram registrados em 76% dos casos.

Para o presidente da Aeba, Gilson Lima, a mobilização do funcionalismo do banco pode fazer a diferença. “Independente de governo, nossa capacidade de mobilização pode fazer a diferença no banco, precisamos da nossa unidade para organizar de forma cada vez mais eficaz nossas lutas”, defende o dirigente sindical que também é bancário do Basa.

NÃO PARTICIPASTE DO CONGRESSO?

“Nossa pauta de reivindicações vai muito além de reajuste salarial, que é o item mais aguardado por todos os colegas, questões sociais, saúde e condições de trabalho também fazem parte da pauta do funcionalismo do Banco da Amazônia, e quem não pôde participar do Congresso e quer contribuir na elaboração das propostas, a Consulta Nacional é uma opção. Todas sugestões apresentadas no Congresso e as respostas da Consulta serão compilados e incluídos na nossa minuta”, afirma o diretor jurídico do Sindicato e empregado do banco, Cristiano Moreno.

A Consulta Nacional pode ser respondida até o dia 2 de junho, por todas as bancárias e bancários, mesmo que não sejam filiados. Para responder, basta acessar o link https://consultabancarios2024.votabem.com.br/.

Fonte: SEEB-PA

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