Nesta sexta-feira, 28 de agosto, é o Dia dos Bancários. Não há dúvidas de o que eles mais queriam nesta data era o reconhecimento dos banqueiros de todos os esforços feitos para manter altos lucros dos bancos no Brasil há muitos anos.
Em 2020, ainda mais, por ser uma das categorias consideradas serviços essenciais e que se colocou em risco, na linha de frente de atendimento da população em meio a pandemia do Coronavírus (Covid-19).
Agora, mais do que nunca, temos que lembrar dessa história. Mais uma vez precisamos manter a categoria unida e nos fortalecer para lutar pelo reconhecimento dos banqueiros aos esforços da nossa categoria. Queremos uma proposta decente da Fenaban nas negociações da Campanha Nacional 2020.
HISTÓRICO
Foi no dia 28 de agosto, em 1951, que os bancários decidiram cruzar os braços para reivindicar um reajuste salarial 40%. Os bancos queriam dar apenas 20%. Os índices oficiais do governo na época apontavam um aumento de 15,4% no custo de vida. Os bancários refizeram os cálculos e o próprio governo teve que rever seus índices, que saltou para impressionantes 30,7%. Depois de 69 dias de paralisação, os bancários conquistaram 31% de reajuste. Foi a maior greve da história da categoria. O dia 28 de agosto passou a ser considerado como o Dia do Bancário.
IMPORTÂNCIA DA GREVE
Mas, além do reajuste, a greve de 1951 também fez surgir sindicatos de bancários em vários pontos do país. Assim, também é indiscutível a importância da greve para a organização da luta da categoria, que de lá para cá obteve muitas outras conquistas e, inclusive, é a única do país com um Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) nacional.
Outro mérito da greve de 1951, foi a contestação dos dados oficiais do governo. A partir desta contestação surgiram as bases para a criação do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O Dieese surgiu com o objetivo de municiar os trabalhadores com dados estatísticos confiáveis.
FUNDAÇÃO DA CUT
O dia 28 de agosto também deve ser comemorado como dia de luta por ser o dia de fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), durante o 1º Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), em 1983. Ainda durante a ditadura militar.