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Bradesco continua fechando agências e empurrando o cliente para o digital

Agência da avenida Carlos Gomes

Apesar de obter um lucro líquido recorrente de R$ 4,280 bilhões no 1º trimestre de 2023 (crescimento de 168,3% se comparado ao trimestre anterior) o Bradesco continua fechando agências em todo país e, neste momento, permitindo a falta de dinheiro nos terminais de autoatendimento (caixas eletrônicos) ou até mesmo os encerrando em suas agências, empurrando, cada vez mais, os clientes para os chamados serviços digitais.

É o que denuncia o Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), em visitas feitas aos municípios que tem (ou tinham) alguma agência do Bradesco. Exemplos disso são as agências da avenida Carlos Gomes e da avenida Sete de Setembro, em Porto Velho.

A agência da Pinheiro Machado foi fechada em definitivo e os caixas eletrônicos foram retirados, e todas as contas foram migradas para a agência da avenida Carlos Gomes. Na agência da avenida Sete de Setembro, dos 14 terminais existentes agora apenas cinco estão ativos. O fechamento de caixas eletrônicos também está acontecendo nas agências do interior do Estado, a exemplo das agências dos municípios de Ji-Paraná e Jaru.

Agência de Jaru

“É bom deixar claro que não somos contra os serviços digitais, pois atualmente os serviços que as pessoas podem ter pelos aplicativos bancários se tornaram importantes no dia a dia da população, principalmente durante a pandemia. No entanto, não podemos esquecer que ainda existem serviços que só podem ser feitos dentro das agências, com o atendimento dos bancários. Além do mais, todos sabemos que o Brasil é um país de dimensões continentais, com milhares de municípios e distritos, e não existem agências bancárias em todas essas localidades. Logo, as pessoas são obrigadas, muitas vezes, a se dirigir até mesmo a outros municípios para ter um atendimento bancário presencial”, esclarece Ivone Colombo, presidenta do Sindicato.

O Bradesco começou 2023 com 86.212 empregados, com queda de 1.276 postos de trabalho em doze meses e de 2.169 postos fechados em relação ao trimestre anterior. Por outro lado, o total de clientes do banco aumentou em 1,9 milhão, totalizando 76,7 milhões de clientes.

“O Bradesco, assim como os demais bancos, sempre lucra, com ou sem crise. Com base no balanço do próprio banco, não há razão para o fechamento de agências, o que acarreta em fechamento de postos de trabalho e, consequentemente, em desligamentos. Em vez de demitir, o banco precisa contratar mais, pois com o número de bancários em queda e o de clientes aumentando as consequências são claras: sobrecarga de trabalho, adoecimento e piora no atendimento”, acrescenta a dirigente.

“Amanhã a agência estará ainda mais lotada, e a revolta dos clientes será ainda maior, pois a cada dia que passa mais caixas eletrônicos são desativados. Os clientes vêm pra cima da gente, querendo nos engolir, e embora a gente saiba que nós (funcionários) não tenhamos culpa alguma, é humanamente impossível não se indignar com agências sempre lotadas e com um atendimento cada dia mais precário”, disse uma funcionária de uma agência do Bradesco da capital, confirmando o caos nas agências, o desespero dos bancários (cada vez mais pressionados e, consequentemente, adoecidos) e o desprezo do Bradesco com trabalhadores, clientes e população em geral.

Agência da avenida Sete de Setembro

Somente com o que arrecada com serviços e tarifas bancárias, uma receita secundária, o Bradesco cobre em 122,7% suas despesas com pessoal, incluindo a PLR.

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