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Sindicato participa de Conferência Livre que debateu adoecimento da categoria

O Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO) participou, nesta terça-feira (26/9), da Conferência Livre de Saúde Mental, com o mote “Adoecimento & Trabalho Bancário: a função antissocial dos bancos”. O evento, com alcance nacional, foi promovido pelo SindBancários Porto Alegre e Região e pela Fetrafi-RS e debateu o adoecimento psicológico de bancários e bancárias.

O trabalho bancário das últimas décadas vem colocando desafios para o movimento sindical e também para os profissionais da área de saúde mental. Há um adoecimento generalizado na categoria e as intervenções pontuais não estão sendo capazes de prevenir o agravamento da situação. Embora a categoria esteja despontando dentre as mais medicadas, desfechos trágicos como suicídios não estão diminuindo. A explicação para esse fenômeno é que, apesar de bancários e bancárias estarem sendo tratados de forma individualizada, quem está doente é o banco.

Um levantamento feito pela Universidade Federal de Brasília (UNB) aponta que, entre 1996 e 2005, foram registrados 181 suicídios no setor bancário, o que significa um caso a cada 20 dias. De acordo com relatório da OIT/OMS, os transtornos mentais e comportamentais são a principal causa de afastamentos entre bancários, chegando a 25% do total em 2022, o dobro do que era dez anos antes.

ADOECIMENTO É GERADO PELO MODELO GERENCIAL DO SISTEMA FINANCEIRO

A Conferência reuniu subsídios para demonstrar que muitos dos motivos determinantes do adoecimento generalizado da categoria estão no modelo gerencial do sistema financeiro brasileiro. Ela mostrou como a violação a princípios constitucionais e legais, sobretudo aqueles estampados na Constituição de 1988 e na Lei 8.080/1990, tem permitido a institucionalização de práticas de exceção na gestão dos bancos, com repercussões contundentes na saúde mental da categoria.

Por conta disso, através de um diálogo interdisciplinar e intersetorial, a Conferência resgatou os laços que unem a função social da propriedade e o respeito aos direitos humanos, com a garantia de políticas de saúde mental que promovam, protejam e recuperem a saúde no âmbito das relações laborais.

“A compreensão da saúde mental é norte para mitigar o adoecimento da classe trabalhadora. O sistema financeiro, atualmente, parece mais um campo de concentração de violência psicológica. Uma multidão de bancários e bancárias são afastados do trabalho diariamente em decorrência das práticas assediadoras dos bancos. E esse ônus, além de recair sobre os trabalhadores e suas famílias, alcança também a sociedade, que arca com as consequências da prática antissocial capilarizada nos ambientes de trabalho”, disse Edson W. Tavares, Secretário de Saúde, Condições de Trabalho e Política Social SEEB-RO, que participou da Conferência.

Fonte: SindBancários Porto Alegre e Região, com edição do SEEB-RO

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